Em Toulouse, França, oito equipas competem para ter a molécula capaz de percorrer a maior distância ao longo de 24 horas. O vencedor deste ano percorreu um mícron, ou seja, um milionésimo de metro
Cada uma das oito equipas da Nanocar Race II apresentou um carro que, na prática, é uma molécula. O objetivo da “mais pequena corrida de carros do mundo” é colocar as moléculas a percorrer a maior distância possível. Na edição deste ano, venceu a C64H22CuF6N4 , com três nanometros de comprimento por um de largura, e que percorreu mais de um mícron, uma milionésima parte de um metro, em 24 horas.
A equipa vencedora em distância percorrida, a NIMS-MANA do Japão, é liderada por Jonathan Hill, que se congratulou pelo resultado e mostrando-se surpreendido pelo desempenho: “Não esperávamos terminar no top 3 desta vez”, cita o ArsTechnica.
O veículo da NIMS-MANA percorreu 1054 nanómetros num circuito fechado, mas uma equipa espanhola, a NANOHISPA, percorreu 678 nanómetros numa trajetória única, completou 54 voltas, cobrindo a maior área. Ambas as equipas partilharam o primeiro lugar na competição.
Este ano teve palco a segunda edição deste evento, nos dias 24 e 25 de março, depois da estreia em 2017. Cada carro em competição tinha entre 100 a 1000 átomos, sendo uma molécula complexa e na qual é possível distinguir a frente e a traseira claramente. No caso da equipa vencedora, das dez moléculas preparadas para a corrida, a escolhida foi uma de 97 átomos.
A corrida propriamente dita aconteceu numa superfície de ouro com linhas em ziguezague com quatro a seis nanómetros e cada ‘carro’ foi alimentado com um impulso elétrico suave transmitido pela ponta de um microscópio STM (de scanning tunneling microscope). O aparelho era usado também para analisar e transmitir imagem da posição do ‘carro’ à medida que se movia na superfície, mantida a vácuo e a uma temperatura de -268 graus centígrados.
Os carros estavam nas instalações das oito equipas e foram controlados remotamente a partir das instalações da corrida, em Toulouse. “Tomamos medidas adicionais para garantir que a rede estava segura contra hackers”, explica Christian Joachim, diretor da corrida.
Na equipa vencedora, Shigeki Kawai esteve ao volante o tempo todo, com os três restantes elementos da equipa a analisarem e a processarem os dados recolhidos para ilustrar quanto o carro se tinha movido a cada momento.
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