Avançar para o conteúdo principal

Musk muda de ideias e vai continuar a financiar a rede Starlink na Ucrânia


Sistema de comunicações pela rede Starlink em Shevchenk, na região de Kharkiv
Foto: Yasuyoshi CHIBA / AFP


 O patrão da SpaceX, Elon Musk, anunciou que vai continuar a financiar a rede de Internet Starlink na Ucrânia, após reverter os apelos emitidos sexta-feira ao Governo dos EUA para que assumisse o financiamento da rede de satélites.


"Que não seja um impedimento (...) mesmo que o Starlink continue a perder dinheiro e que outras empresas recebam milhares de dólares do contribuinte, vamos continuar a financiar o Governo ucraniano", indicou, na rede social Twitter, o homem mais rico do mundo, numa referência à sua rede de Internet por satélite que fornece comunicações vitais às forças militares ucranianas.


Na sexta-feira, também numa mensagem no Twitter, Elon Musk preveniu que o SpaceX "não podia continuar a financiar indefinidamente o sistema existente e enviar milhares de terminais suplementares".


"Não é razoável", reforçou na mesma altura.


Em setembro, a SpaceX enviou uma carta ao Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), indicando que não podia continuar a assumir os custos do serviço na Ucrânia, segundo indicou a CNN.


De acordo com a cadeia televisiva, a empresa do multimilionário pedia à Defesa norte-americana que assumisse a responsabilidade do financiamento da utilização do Starlink pelo Governo ucraniano, com um custo calculado em 400 milhões de dólares (quase a mesma quantia em euros) para os próximos 12 meses.


Após o início da guerra na Ucrânia, a SpaceX disponibilizou milhares de terminais que permitem assegurar uma ligação à Internet devido a uma constelação de satélites que formam a rede Starlink.


Até ao momento, cerca de 25 mil terminais já se encontram ativos no país.


Elon Musk assegura que, à exceção de uma "fraca percentagem", a totalidade dos custos da deslocação e manutenção dos terminais Starlink na Ucrânia foram assumidos pela SpaceX.


Em junho, segundo Kiev, cerca de 15% das infraestruturas existentes na Ucrânia estavam destruídas ou danificadas.


A rede Starlink, construída pelas empresas de Musk e com mais de 2200 satélites de baixa órbita, tem assim contribuído para manter uma cobertura de Internet nas regiões da Ucrânia atingidas pelo Exército russo, tendo fornecido Internet de banda larga a mais de 150.000 estações terrestres ucranianas.


O Starlink também é profusamente utilizado pelas forças ucranianas para calcular a trajetória dos seus mísseis e geolocalizar os seus alvos.


Numa troca de mensagens no Twitter, na semana passada, Musk argumentou que, para alcançar a paz, a Rússia devia manter a península da Crimeia, que anexou em 2014, defendendo ainda que a Ucrânia devia adotar um estatuto neutro, abandonando a intenção de aderir à NATO.


Musk também iniciou uma sondagem no Twitter perguntando se "a vontade do povo" deveria decidir se as regiões anexadas continuam parte da Ucrânia ou se tornam parte da Rússia.


Numa resposta sarcástica, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criou uma outra sondagem no Twitter perguntando "de qual Elon Musk gosta mais?: 'Aquele que apoia a Ucrânia' ou 'Aquele que apoia a Rússia'".


Musk respondeu a Zelensky que "ainda" apoiava a Ucrânia, mas que estava convencido de que "a escalada maciça da guerra causará grandes danos à Ucrânia e possivelmente ao mundo".


A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Musk muda de ideias e vai continuar a financiar a rede Starlink na Ucrânia (jn.pt)

Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...