António Costa não tem conhecimento de brigadas chinesas em Portugal, mas Observatório de Terrorismo (OSCOT) acha bizarro não o saber
João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, questionou esta quinta-feira o primeiro-ministro António Costa sobre a presença em território português de brigadas chinesas que têm por missão repatriar cidadãos daquele país de volta à pátria. O líder do governo revelou desconhecer esse dados, mas não é o único.
Começando pela denúncia do IL, e tendo por base o tal relatório, ao longo do último ano estas brigadas, espalhadas por todo o mundo, já terão repatriado mais de 230 mil chineses. Em Portugal, marcarão presença em Lisboa, Porto e Madeira. "Há indícios de que estas brigadas se articulam com o departamento da Frente Unida do Partido Comunista Chinês. Temos aqui alegações gravíssimas do ponto de vista dos direitos humanos, da soberania nacional e da segurança nacional, porque há agentes de propaganda ao serviço do Partido Comunista Chinês a operar em Portugal“, começou por apontar João Cotrim de Figueiredo.
Na resposta, António Costa assumiu total desconhecimento. "Não tenho nenhum conhecimento e seguramente que os serviços também não têm, caso contrário já me teriam dado conhecimento", salientou o primeiro-ministro.
Tal como o líder do governo português, também a Amnistia Internacional Portugal admite que não tem conhecimento da ação das brigadas denunciadas pela IL, como revelou Pedro Neto à Rádio Observador.
"Não temos conhecimento de que elas atuem da forma de que foi dita, de perseguir pessoas para repatriar à força. O relatório não refere que haja casos concretos, o que refere é que existem três grupos, um no Porto, Lisboa e Madeira. São esquadras que estão cá, mas que reportam a esquadras mãe, de origem. Casos concretos em Portugal não temos conhecimento", referiu Pedro Neto.
O não conhecimento da presença de tais brigadas, contudo, causou estranheza a Jorge Bacelar Gouveia, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), que considera "bizarro" o estado português não ter informações sobre o tema.
"Há instituições que acompanham estes fenómenos trágicos e de usurpação de poder. Estes fenómenos não são secretos. São coisas que acontecem na rua. Temos serviços que devem acompanhar este tipo de movimentos e este tipo de grupos delinquentes que estão a pôr em causa a autoridade do Estado", revelou à Rádio Renascença.
Refira-se então que estas brigadas serão prática comum da China e os seus métodos de persuasão serão tudo menos pacíficos, com o uso da força, ameaças e assédio a membros da família.
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