Avançar para o conteúdo principal

FMI desmonta cenário de Medina. Economia quase parada, inflação muito maior, desemprego a subir


O ministro das Finanças. Fernando Medina © Gerardo Santos / Global Imagens


 Ao contrário do governo português, o FMI prevê agora um agravamento do desemprego, logo, é de supor mais nova despesa com apoios sociais e subsídios em 2023, o que dificulta corte previsto no défice.


Luís Reis Ribeiro:


O novo cenário macroeconómico para Portugal calculado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) desmonta ou altera de forma substancial as principais traves em que assenta a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), apresentada esta segunda-feira, dia 10 de outubro.


Segundo diz esta terça-feira o FMI, o crescimento da economia portuguesa não deve ir sequer além de 0,7% em 2023, a inflação deve ser bem superior (cerca de 4,7% e não 4% como se estima no OE) e a taxa de desemprego aumenta, podendo chegar a 6,5% da população ativa (isto quando o governo assume antes uma estabilização do desemprego em apenas 5,6%).


Portanto, uma das maiores divergências de fundo surge logo na previsão de crescimento e de inflação.


A começar logo pelo ponto de partida (este ano), que também é mais fraco. Ao passo que o ministro das Finanças estima um crescimento de 6,5% para 2022, a entidade sediada em Washington vê apenas 6,2%.


E como referido, em 2023, a economia deve crescer apenas 0,7%, quase metade do que assume o Ministério das Finanças no novo OE (1,3%).


Se o crescimento for mais débil em 2023 como diz o FMI, isso impactará direta e rapidamente nas contas públicas (tende a fazer subir o défice que o governo quer cortar para apenas 0,9% do PIB em 2023), pressionando em baixa a receita fiscal e contributiva e fazendo subir a despesa pública.


Ao contrário do governo português, o FMI prevê agora um agravamento do desemprego de 6,1% para 6,5%, logo, é de supor aqui mais despesa com apoios sociais e subsídios.


O governo não está a trabalhar nesse cenário: no novo OE2023 diz que o desemprego fica em 5,6% neste ano e no próximo.


Inflação bastante mais alta


Como referido, a inflação prevista pelo FMI é notoriamente mais elevada (4,7%) face aos 4% onde assenta todo o OE2023.


O ministro Medina disse inclusive que, no que toca à inflação, nem sequer está a trabalhar com uma margem de erro: "na inflação não estamos a trabalhar com intervalos", declarou o governante em resposta a uma questão do Dinheiro Vivo, na conferência de imprensa do OE.


Portanto, para as Finanças, a previsão de agravamento dos preços em 2023 é 4%. Ponto final.


FMI desmonta cenário de Medina. Economia quase parada, inflação muito maior, desemprego a subir (dinheirovivo.pt)

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...