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“Estamos a assistir a um processo de degradação cognitiva”: o smartphone está a mudar o nosso cérebro e a forma como pensamos



Sobrecarga de estímulos está a fazer diminuir a capacidade de concentração e ameaça a criatividade e o raciocínio abstrato


Joana Pereira Bastos (texto) e Mónica Damas (ilustração)


Se não for interrompido, deverá levar cerca de oito minutos a ler este texto. Durante esse tempo, é provável que o seu telemóvel toque algumas vezes com mensagens de WhatsApp a cair, um email a chegar, a notificação de uma notícia num site de informação, da publicação de um amigo ou de alguém que siga numa rede social. É possível que receba uma chamada, que tenha a televisão ligada, o computador a funcionar e talvez um smartwatch no pulso a vibrar. E mesmo que esteja interessado, é quase certo que não conseguirá chegar ao fim do artigo sem desviar a atenção mais do que uma vez. Vai acabar por levar mais tempo e reter menos do que se estivesse focado. O mesmo acontece quando estamos a estudar ou a trabalhar, e os efeitos já se notam na produtividade. O cérebro não está programado para lidar com a sobrecarga de estímulos que a tecnologia fez explodir à nossa volta e a capacidade de concentração está a diminuir. “Estamos a assistir a um processo de degradação cognitiva”, alerta o especialista do MIT em Neurociências Earl Miller.


“O cérebro humano evoluiu no sentido de procurar sempre nova informação, mas como se desenvolveu pela primeira vez num ambiente radicalmente diferente, em que havia muito menos informação disponível, está programado para se focar só numa coisa de cada vez. Ou seja, é ávido por informação, mas não consegue gerir esta ‘inundação’ que existe hoje. É uma tempestade perfeita que está a resultar num decréscimo da capacidade de concentração”, explica ao Expresso o investigador do Departamento do Cérebro e Ciências Cognitivas do MIT (ver entrevista).



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