Avançar para o conteúdo principal

"Estrela da Natividade" vai ser vista nos céus 800 anos depois




Júpiter e Saturno estão a aproximar-se de tal maneira que, no final deste mês, vão parecer que estão sobrepostos, segundo a NASA, formando uma espécie de "planeta duplo". É a primeira vez que o fenómeno, conhecido por "estrela da Natividade", consegue ser visto desde a Terra em 800 anos.

Os dois maiores planetas do sistema solar vão estar a uma distância de apenas um décimo de grau. "Isso significa que os dois planetas e as suas luas serão visíveis no mesmo campo de visão por meio de binóculos ou de um pequeno telescópio. Na verdade, Saturno aparecerá tão perto de Júpiter quanto algumas das luas de Júpiter", explica a NASA numa nota.

"Na verdade, isso poderá ser observado a olho nu. Não precisa ser medido com instrumentos sofisticados", disse ao "The Washington Post" Michael Brown, astrónomo da Universidade de Monash, na Austrália.

"Os dois objetos parecem muito próximos no céu, mas na verdade eles estão muito distantes um do outro", acrescenta. Apesar de a 21 de dezembro estarem separados por somente 0,1 graus (cerca de um quinto do diâmetro da lua), o astrónomo explica que os dois planetas estarão afastados cerca de 724 milhões de quilómetros no Espaço.

Este evento astronómico é designado de "grande conjunção" e conhecido popularmente por "Estrela da Natividade". Ocorre periodicamente, consoante as órbitas da Terra, Júpiter e Saturno se alinhem, fazendo com que estes dois planetas externos pareçam próximos um do outro no céu noturno. Está será a maior grande conjunção entre Júpiter e Saturno nos próximos 60 anos, segundo a NASA.

Júpiter leva cerca de 12 anos terrestres a completar um círculo à volta do Sol, enquanto Saturno leva 30 anos, o que faz com que os dois se alinhem aproximadamente a cada duas décadas.

Contudo, cada órbita tem uma inclinação ligeiramente diferente, o que faz com que conjunções com distâncias tão curtas como a prevista para dia 21 deste mês sejam raras. A data coincide com o solstício de dezembro, que marca o início do inverno no nosso hemisfério.

Segundo Michael Brown e a publicação especializada "Earth Sky", a última vez que foi possível ver, desde a Terra, Saturno e Júpiter próximos o suficiente para criar o efeito de "planeta duplo" foi em março de 1226. Estiveram igualmente próximos em 1623, mas o fenómeno foi impossível de observar da Terra devido ao brilho do sol.

Desde o verão, que Júpiter e Saturno se têm aproximado um do outro.

Alguns astrónomos acreditam que a estrela de Belém, que deu origem à história dos reis magos e o nascimento de Jesus, terá nascido de um triplo alinhamento de planetas, em muito semelhante a este: Júpiter, Saturno e Vénus.


https://www.jn.pt/mundo/estrela-da-natividade-vai-ser-vista-nos-ceus-800-anos-depois-13107691.html

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...