Avançar para o conteúdo principal

Asteroide Apófis mais próximo de colidir com a Terra


Uma imagem do aspeto provável do asteróide Apófis AsteroidWatch Twitter

Um asteroide do tamanho de três campos de futebol está a acelerar, o que, com a sua trajetória atual, poderá levá-lo a colidir com a Terra em 2068.

É um alerta deixado por investigadores do Instituto de Astronomia da Universidade de Hawai, que examinaram o corpo celeste e perceberam que a velocidade a que este se desloca está a aumentar devido a algo conhecido como o efeito Yarkovsky.O asteroide de cerca de 370 metros e que recebeu o nome do deus do caos egípcio, o descriador, passa perto da Terra periodicamente, normalmente em abril e em outubro.

O Apófis é empurrado pela luz solar. O efeito Yarkovsky de aceleração dá-se quando algumas partes do asteroide aquecem mais depressa do que outras, implicando que a radiação termal já não é uniforme. É o suficiente para lhe alterar a trajetória.

"As novas observações, que obtivemos através do telescópio Subaru no início deste ano, foram suficientemente boas para revelar a aceleração Yarkovsky de Apófis", declarou o astrónomo Dave Tholen num comunicado de imprensa.

"Mostram que o asteroide se está a afastar da sua órbita puramente gravitacional em cerca de 170 metros ao ano, o que é suficiente para manter em cena o cenário de impacto em 2068", acrescentou. Ainda há muito tempo para confirmar a hipótese. Até agora, a probabilidade de impacto a 12 de abril de 2068 era de 1 em 150 mil.

Apófis foi descoberto a 19 de junho de 2004, por Roy A. Tucker, David J. Tholen, e Fabrizio Bernardi no Observatório Nacional Kitt Peak. Tholen tem estado a segui-lo desde então.
Olhos postos em 2029
Prevê-se que Apófis passe muito perto da Terra a 13 de abril de 2029, uma sexta-feira, o suficiente para ser visto a olho nu em regiões rurais e regiões suburbanas com pouca iluminação, e visível de binóculos noutros lugares. Esta passagem próxima será visível na Europa, em África, e na porção oeste da Ásia.

Os astrónomos garantem que não há possibilidade de impacto com a Terra nesse dia. "Já sabemos há algum tempo que isso não será possível na aproximação de 2029", afirma Tholen.

O Apófis é contudo um dos asteroides mais seguidos nos céus, pelas suas probabilidades de impacto com a Terra.

Acredita-se que a aproximação de 2029, a 31 mil quilómetros do solo e abaixo da órbita da maioria dos satélites geoestacionários, deverá alterar de forma substancial a sua rota. Se a órbita do Apófis após essa data ficar em ressonância com da Terra, isso irá aumentar a possibilidade de futuros impactos.

Análises constantes afastaram já a janela de um possível impacto em 2036, noutra das passagens do asteroide pelo nosso planeta. Mas, estudos anteriores ao resultado de uma eventual colisão nessa data, previam que a queda de Apófis em países como a Colômbia e a Venezuela, na trajetória prevista, poderia provocar mais de dez milhões de mortos, se não se organizassem planos de evacuação dessas áreas.

A queda num dos grandes Oceanos, Atlântico ou Pacífico, iria produzir por outro lado o tsunami devastador com um raio de ação de cerca de mil quilómetros para o interior das costas da América do Norte, do Brasil e de África, de três mil quilómetros no Japão e de 4.500 para algumas áreas do Hawai.
Em média, a Terra recebe o impacto de um asteroide do tamanho de Apofis uma vez a cada 80 mil anos.

Já em 2005 o ex-astronauta da Apollo, Rusty Schweickart, pedira para ser colocado um transponder no asteroide, para um rastreamento mais preciso.

Antes de serem conhecidas as atuais conclusões de Tholen quanto ao efeito Yarkovsky, e de acordo com o programa da NASA que estuda os Objetos Próximos, projetava-se que a 12 de abril de 2068 e a 15 de outubro de 2069, o Apófis se aproximaria a cerca de 120 quilómetros do solo, abaixo dos satélites, o que admitia uma janela de impacto considerável.

Esta não será também a primeira razia ao nosso planeta de um asteroide potencialmente perigoso.
 Em julho deste ano um objeto espacial do tamanho de "uma pirâmide", grande o suficiente para destruir uma cidade, por pouco não atingiu a Terra.

A NASA detetou-o apenas três semanas antes da passagem. 


https://www.rtp.pt/noticias/mundo/asteroide-apofis-mais-proximo-de-colidir-com-a-terra_n1270952

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

A Fusão Nuclear deu um rude golpe com o assassínio de Nuno Loureiro

“Como um todo, a fusão nuclear é uma área muito vasta. Não é a morte de um cientista que impedirá o progresso, mas é um abalo e uma enorme perda para a comunidade científica, Nuno Loureiro deu contributos muito importantes para a compreensão da turbulência em plasmas de fusão nuclear” diz Bruno Soares Gonçalves , presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do IST . O que é a fusão nuclear e por que razão o cientista português do MIT assassinado nos EUA dizia que “mudará a História da humanidade” “Os próximos anos serão   emocionante s   para nós e para a fusão nuclear.  É o início de uma nova era” . As palavras são de Nuno Loureiro e foram escrit as em 2024 . A 1 de maio desse ano, o   cientista português   assumi a   a direção do Centro de Ciência e Fusão de Plasma (PSFC) , um dos maiores   laboratórios  do Massachussetts   Institute   of   Technology ( MIT) . A seu cargo tinha   250   investigadores , funcionário...

Gripe K: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

  A gripe K, também conhecida como influenza A H3N2, subclado K, é uma doença que pode causar sintomas como febre, tosse, dor no corpo e dor de garganta, por exemplo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a gripe K é uma variante do vírus Influenza A, subtipo H3N2, que se originou de um vírus da gripe aviária e passou por uma modificação genética. Em casos de suspeita de gripe K, é recomendado consultar o clínico geral, pediatra ou infectologista. Assim, o médico pode fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado, que pode ser feito por meio do repouso, ingestão adequada de líquidos e, em alguns casos, o uso de remédios antivirais. Sintomas de gripe K Os principais sintomas de gripe K são: Tosse; Febre; Dor de cabeça; Nariz entupido; Coriza; Dores no corpo; Dor de garganta; Mal-estar. Assim como o subtipo H3N2, a gripe K também pode causar sintomas mais graves especialmente em crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas. Assim, a gripe K pode causar t...