Avançar para o conteúdo principal

Estação de Alcântara-Terra tem nova plataforma mas é demasiado alta



 A estação de Alcântara-Terra tem uma nova plataforma para os passageiros. Depois de um investimento de cerca de 220 mil euros da Infraestruturas de Portugal (IP) os passageiros têm mais espaço para entrar e sair dos comboios da CP, facilitando a vida a pessoas com mobilidade reduzida e invisuais. A nova plataforma, contudo, é demasiado alta para ser utilizada.


Com 1,10 metros de altura acima dos carris, a nova plataforma tem mais 20 centímetros do que está definido para as estações de Sintra, Azambuja e de Cintura - a exceção é a Gare do Oriente.


Nas carruagens da frente é possível entrar e sair dos comboios sem problema; quem utilizar a última carruagem depara-se com um autêntico degrau. Só na passada quarta-feira é que a CP se apercebeu desta situação, depois das primeiras viagens entre Castanheira do Ribatejo e Alcântara-Terra, estação de destino.


A CP foi apanhada de surpresa, conforme apurou o Dinheiro Vivo. Durante quarta-feira, os passageiros entraram e saíram dos comboios do lado da plataforma nova, acompanhando a instrução dos serviços da gestora da rede ferroviária nacional. A CP acabaria por recusar utilizar a plataforma logo no dia seguinte.


O vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, afasta o cenário de erro nas obras. "Das oito portas do comboio, cinco não têm qualquer ressalto", aponta. Reconhece, contudo, que a terceira porta a contar do fim "está a 4,5 centímetros da bordadura da plataforma; a segunda porta está a cerca de 8,5 centímetros; a terceira está a 4,5 centímetros". Isto acontece porque "há uma parte da linha mais baixa", por estar assente numa camada de pedra britada (designado de balastro) e não em betão.


O gestor alega que oito centímetros são uma "coisa pequenina". Só que esta diferença é suficiente para que as pessoas com mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebé não possam usar a plataforma nova.


A CP apenas vai utilizar a plataforma antiga. Mesmo com 2,5 metros de largura, permite que qualquer passageiro possa sair e entrar de qualquer porta do comboio. Carlos Fernandes entende: "se estivesse no lugar da CP, preferia ter as portas abertas dos dois lados. As cadeiras de rodas podem sair na plataforma antiga."


A situação deverá ficar resolvida até ao final de janeiro, com obras na via. "Está planeada uma renovação integral, com a instalação de travessas novas e de carril novo, para a linha ficar certinha face à plataforma." Uma eventual redução da altura da plataforma não consta dos planos porque "poderia gerar poças de água".


Esta será a terceira e última fase da renovação da estação de Alcântara-Terra, que começou em 2018, com a substituição da cobertura. Utilizada por mais um milhão de passageiros por ano, esta infraestrutura deverá ser "enterrada" até ao final desta década, por causa do projeto para ligar a linha de Cascais à restante rede ferroviária nacional.


Problemas com a IP

O caso da plataforma de Alcântara-Terra mostra as dificuldades existentes na relação entre a principal operadora ferroviária (CP) e a gestora da rede, a IP. Na madrugada de 12 de dezembro, a CP testou um comboio suburbano na linha de Cascais, para verificar se as especificações técnicas batiam certo para as características das estações.


Só que o comboio não passou os testes de gabarito - medida a que o canal ferroviário tem de obedecer para os comboios circularem sem incidentes. A unidade vinda dos serviços urbanos do Porto não coube na estação de São João do Estoril e o ensaio foi interrompido logo aí, segundo o jornal Público.


A informação oficial da IP indicava que as estações da linha de Cascais poderiam receber qualquer tipo de comboio - esta indicação apenas foi corrigida apenas dois dias antes do ensaio. Ou seja, se a CP não tivesse realizado os testes e confiado nos documentos, corria o risco de comprar dezenas de novos comboios que depois não caberiam nas estações.


https://www.dinheirovivo.pt/empresas/estacao-de-alcantara-terra-tem-nova-plataforma-mas-e-demasiado-alta-13162739.html

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...