Avançar para o conteúdo principal

TAP: Neeleman foi coagido pela nacionalização.



O acordo com Neeleman foi conseguido numa situação extrema - e com a carta da nacionalização em cima da mesa. “Provavelmente se a possibilidade de nacionalizar não fosse credível não tínhamos conseguido fechar o acordo. Estivemos perto. O decreto de nacionalização estava preparado para ser aprovado em Conselho de Ministros”, conta Pedro Nuno Santos, em entrevista ao “Jornal de Negócios” esta segunda-feira.

O plano de reestruturação da TAP vai ser “duro” de negociar com Bruxelas, assume Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, em entrevista ao “Jornal de Negócios” esta segunda-feira.

“Temos de encontrar o equilíbrio entre a reestruturação que garanta condições de viabilidade à empresa e uma determinada dimensão que não retire capacidade de dar à economia aquilo que achamos que pode dar. Este equilíbrio não é fácil e vamos ter de o encontrar em negociação com a Comissão Europeia, que será inevitavelmente uma negociação dura. Não tem é de ser o filme de terror que alguns dizem”, diz.

De acordo com o governante, “se o plano não for aceite, a empresa corre o risco de ser liquidada”. “Isto é uma coisa séria”, avisa.


NEELEMAN PERDE DINHEIRO E DECRETO PARA NACIONALIZAÇÃO ESTAVA PRONTO

O acordo com Neeleman foi conseguido numa situação extrema - e com a carta da nacionalização em cima da mesa. “Provavelmente se a possibilidade de nacionalizar não fosse credível não tínhamos conseguido fechar o acordo. Estivemos perto. O decreto de nacionalização estava preparado para ser aprovado em Conselho de Ministros”, conta Pedro Nuno Santos.

Se no início do ano o empresário tivesse vendido a sua participação à Lufthansa, teria ganho muito mais dinheiro. “Claro. David Neeleman estava numa negociação que aparentemente estava quase concluída e ia fazer um encaixe que não tem comparação”, garante Pedro Nuno Santos.

Ou seja, um negócio muito maior do que os 55 milhões de euros que vai receber agora. “A avaliação que o comprador fez da TAP não tem nada a ver com o que estamos a falar”, diz.

Segundo o ministro, este “não é um bom negócio para ninguém”. “Nós ficamos com 72,5% de uma empresa que caiu muito. Não vale nada. Porque é que pagamos? Porque há um conjunto de direitos e cláusulas que teriam de ser disputadas”, diz.


HUMBERTO PEDROSA “FOI UM EMPRESÁRIO PATRIOTA”

O dono do grupo Barraqueiro, que fica com 22,5% da TAP, teve uma postura muito diferente de Neeleman na mesa de negociações, o que lhe vale elogios de Pedro Nuno Santos. “David Neeleman nunca esteve disponível para aceitar as condições que o Estado exigia e Humberto Pedrosa esteve disponível desde a primeira hora. Se David Neeleman tivesse a mesma posição que Humberto Pedrosa desde o início, não ficávamos com 72,5%. Humberto Pedrosa foi, em todo este processo - e digo isto à vontade porque sou um ministro à esquerda -, um empresário patriota. Percebeu o que estava em causa e não exigiu nenhum encaixe financeiro”, afirma.

Humberto Pedrosa não exigiu condições. Afinal, “quer ter um papel no futuro da TAP”. “Não esteve aqui em causa darmos nenhuma garantia especial ou fazermos um pagamento. Humberto Pedrosa fica por gosto pela TAP, por entender que era importante para o Estado português e para a própria TAP e porque para nós também era importante ter um parceiro privado”, diz Pedro Nuno Santos.


Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di