Avançar para o conteúdo principal

Costa garante que não haverá rendas excessivas na produção de hidrogénio

António Costa recebe, em separado, Mike Pompeo e Benjamin ...

No Estado da Nação, Costa afirmou que "Portugal tem condições únicas para ser o grande produtor de hidrogénio verde na Europa porque dispõe de água abundante no mar e energia solar barata"

O primeiro-ministro António Costa garantiu esta sexta-feira no debate do Estado da Nação que a aposta do Governo português no hidrogénio verde não vai gerar novas rendas excessivas no setor da eletricidade, como aconteceu no passado com os CMEC nas centrais térmicas ou as tarifas feed in nas renováveis.

“O leilão que abrimos gerou neste momento intenções de investimento privado de 16 mil milhões de euros. A contrapartida de investimento público são 400 milhões de euros ao longo de 10 anos. Esta é uma ajuda pública que é uma parcela mínima do investimento alavancado pelos privados e que estão disponíveis para fazer porque acreditam nesta tecnologia do futuro”, disse Costa.

Na sua intervenção no debate, Rui Rio disse que a aposta no hidrogénio pode ser um projeto “extremamente perigoso” por se tratar de uma “tecnologia ainda muito atrasada”. “Para termos investimento privado, só com subsídios. Receio que tenhamos pela frente mais um episódio de rendas garantidas agora para o hidrogénio”, disse o líder do PSD, questionando porque é que a “fatia de leão” do investimento será em Sines tendo em conta que “os custos de transporte do hidrogénio são brutais”.

“Será que é em Sines porque este negócio interessa mais à EDP do que aos portugueses, a exemplo do negócio de rendas excessivas que agora o Ministério público está a investigar? Não temos condições para aventuras nem para ideias megalómanas. E a situação pode ser pior se o Governo vier a fazer novos leilões com rendas garantidas para a energia renovável agora com a desculpa que é para produzir hidrogénio”, acusou Rio, rematando: “Pode garantir-nos que não haverá mais negócios da China?”.

Luís Leite Ramos, também do PSD, pediu a Costa para explicar se o Governo vai realizar um concurso internacional para a escolha dos parceiros estratégicos do Governo na fábrica de hidrogénio que vai nascer em Sines.

Na sua resposta, Costa explicou que o hidrogénio vai ser vital para a descarbonização da indústria e dos transportes pesados. “Portugal tem condições únicas para ser o grande produtor de hidrogénio verde na Europa porque dispõe de água abundante no mar e energia solar barata. Não é por acaso que estamos no coração da estratégia europeia para o hidrogénio verde. Não é uma ideia bizarra do Governo português. Honra-nos muito estar com a Holanda e a Alemanha no conselho de administração da Aliança para o Hidrogénio verde na Europa. Queremos e vamos ter uma posição liderante”, disse o governante.

Perante as questões do PSD, o primeiro-ministro lembrou que “30% do conjunto dos fundos comunitários terão de ser associados a investimentos na luta contra as alterações climática. O mar é fundamental como regulador do ambiente, a floresta como sumidouro de CO2, o transporte urbano e suburbano, mas a energia é inescapável. Portugal compara melhor em termos internacionais na questão da energia, porque teve a capacidade de, em tempo próprio, ter visão estratégica de investir nas renováveis. Por isso 54% da energia elétrica que consumimos hoje já assegurada por fontes renováveis. Não acontece em mais nenhum país europeu”. Costa lembrou que o leilão histórico para a produção energia solar em 2019 teve o menor custo a nível mundial.


Comentário do Wilson:
Costa garante que não haverá rendas "excessivas" Então confirma-se que vai haver novas rendas para os amigos do costume à custa do zé povinho que pagará 400 milhões agora e o resto em rendas neste Crime Económico do Hidrogénio como explica José Gomes Ferreira em:

Comentários

Notícias mais vistas:

Avião onde viajava Von der Leyen afetado por interferência de GPS da Rússia

 O GPS do avião onde viajava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi afetado por uma interferência que as autoridades suspeitam ser de origem russa, no domingo, forçando uma aterragem com mapas analógicos. Não é claro se o avião seria o alvo deliberado. A aeronave aterrou em segurança no Aeroporto Internacional de Plovdiv, no sul da Bulgária, sem ter de alterar a rota. "Podemos de facto confirmar que houve bloqueio do GPS", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Arianna Podesta, numa conferência de imprensa em Bruxelas. "Recebemos informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que se deveu a uma interferência flagrante da Rússia". A região tem sofrido muitas destas atividades, afirmou o executivo comunitário, acrescentando que sancionou várias empresas que se acredita estarem envolvidas. O governo búlgaro confirmou o incidente. "Durante o voo que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para Plovdiv, o s...

O maior aliado da Rússia a defender a Ucrânia: eis a proposta de Trump

 Proposta de Trump foi apresentada aos aliados e à Ucrânia na reunião na Casa Branca. A ideia não caiu nada bem, até porque já tinha sido sugerida anteriormente por Putin. Tropas norte-americanas nunca farão parte das garantias de segurança a dar à Ucrânia e isso já se sabia, mas a proposta do presidente dos Estados Unidos é, no mínimo, inquietante para Kiev, já que passa por colocar soldados amigos da Rússia a mediar o conflito. De acordo com o Financial Times, que cita quatro fontes familiarizadas com as negociações, o presidente dos Estados Unidos sugeriu que sejam destacadas tropas chinesas como forças da paz num cenário pós-guerra. Uma proposta que, segundo as mesmas fontes, vai ao encontro do que Vladimir Putin sugeriu, até porque a China é um dos mais fortes aliados da Rússia, mesmo que tenha mantido sempre uma postura ambígua em relação ao que se passa na Ucrânia. A proposta de Trump passa por convidar a China a enviar pacificadores que monitorizem a situação a partir de um...

Maduro diz que 4.200 soldados americanos estão prontos para invadir a Venezuela

O presidente venezuelano garante ter declarado a "preparação máxima" do exército venezuelano face a uma hipotética ameaça da marinha americana, tendo mesmo apontado para a presença de armas nucleares do lado de Washington. Nicolás Maduro afirma que estão a manter "todos os canais diplomáticos abertos" perante a escalada diplomática e bélica que a Venezuela e os Estados Unidos vivem há semanas. O líder bolivariano diz que os canais estão "quebrados" perante o reagrupamento de forças norte-americanas que está a ocorrer em torno da costa venezuelana, como confirmam vários meios de comunicação norte-americanos. "Oito navios militares com 1.200 mísseis e um submarino nuclear têm a Venezuela como alvo", garantiu Maduro. "Eles quiseram avançar para o que chamam de pressão militar máxima (...) e nós declarámos a máxima preparação para a defesa da Venezuela". Maduro descreveu os acontecimentos como a maior ameaça militar que o país caribenho enf...