Avançar para o conteúdo principal

As "enchentes e o caos" voltaram ao aeroporto de Lisboa: "Foi o salve-se quem puder"

Os episódios de enchentes no aeroporto de Lisboa voltaram, apesar da pandemia. Um passageiro registou centenas de pessoas na zona da recolha das bagagens, este domingo. Veja as imagens.


Aeroporto Humberto Delgado na noite deste último domingo, dia 5 de julho, às 22h04

Os episódios de “enchentes de passageiros e caos na zona de recolha de bagagem” já inúmeras vezes denunciados no aeroporto de Lisboa voltaram, apesar das medidas a que o aeroporto está sujeito devido à pandemia da Covid-19.

Eram 21h31 deste domingo quando um avião da TAP com partida de Londres aterrou em Lisboa. Um passageiro desse voo conta ao Observador todo o “caos” desde que aterrou até que saiu do edifício no Aeroporto Humberto Delgado.

“A fila começava junto à tal câmara, ao lado da recolha das bagagens, atravessava as loja duty free, ia até às escadas rolantes e dava a volta até à zona de recolha de bagagens novamente” (DR)

“Foi o salve-se quem puder”, começa por contar a mesma fonte ao Observador, passageiro habitual nesta ligação aérea e que por isso consegue comparar com outras alturas. Ao contrário das pessoas que chegaram a Portugal através de outras companhias, algumas low-cost, e que saíram do avião através de mangas, neste voo da TAP, os passageiros tiveram de esperar entre “10 a 15 minutos” pelos autocarros que os transportou até ao terminal e recolha de bagagem.

Para o avião, que até estava “muito perto de estar completamente cheio”, foram enviados três autocarros mas acabaram por só serem usados dois deles. No autocarro, segundo este passageiro que preferiu não ser identificado, não foi mantida qualquer distância física recomendada: “Não estávamos colados uns aos outros mas pouco faltava”.

A aglomeração de pessoas piorou já depois das 22 horas na zona de recolha das bagagens que é também a de saída devido à câmara térmica para medir a temperatura de todos os passageiros que ali foi instalada há uns meses.

Aeroporto Humberto Delgado na noite deste último domingo, dia 5 de julho, às 22h04 (DR)

Depois de recolherem a sua bagagem, as pessoas são obrigadas a passar uma a uma nesse corredor estreito que tem no teto a câmara térmica e que é controlada por elementos do INEM, numa sala anexa. “A fila começava junto à tal câmara, ao lado da recolha das bagagens, atravessava as loja duty free, ia até às escadas rolantes e dava a volta até à zona de recolha de bagagens novamente”, conta a mesma fonte ao Observador, adiantando que esteve na fila “pelo menos 15 minutos”.

As autoridades de saúde recomendam que estes aglomerados sejam evitados ao máximo por ser difícil manter a distância física entre as pessoas, exatamente aquilo que aconteceu este domingo: “Foi impossível manter alguma distância razoável entre as pessoas, estávamos todos em cima uns dos outros”.

A 3 de julho foi publicado em Diário da República um despacho assinado pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Afonso Souto de Miranda onde é determinada a realização de controlo de temperatura e de testes à Covid-19 nos aeroportos portugueses à exceção dos aeroportos da Madeira e dos Açores e com efeitos a partir de 4 de julho.

Este despacho determina também a possibilidade de serem realizados testes à Covid-19 nos aeroportos portugueses caso num primeiro rastreio a temperatura do passageiro seja elevada, seja realizada uma segunda medição à temperatura já numa sala isolada e se se mantiver essa temperatura corporal elevada uma equipa do INEM deverá deslocar-se ao aeroporto e efetuar aí os testes à Covid-19.

Questionada pelo Observador sobre se esta situação foi ou não pontual, a ANA Aeroportos não respondeu até à publicação deste artigo.


Comentários

Notícias mais vistas:

Está farto de chamadas comerciais ‘spam’? Decore estas três frases ‘mágicas’ que o podem safar

 As chamadas comerciais, muitas vezes referidas como chamadas spam, são aquelas em que empresas contactam os consumidores para tentar vender produtos ou serviços. Estas chamadas tornaram-se uma das maiores fontes de irritação para os utilizadores, principalmente porque, na maioria das vezes, os produtos oferecidos não são do interesse de quem atende. Além disso, essas chamadas tendem a acontecer nos momentos mais inconvenientes, como quando acabamos de fechar os olhos para uma sesta ou enquanto estamos a pagar as compras no supermercado. Pior ainda, não se trata apenas de uma única chamada por dia; há casos em que os consumidores recebem várias dessas chamadas indesejadas em poucas horas, o que aumenta o nível de frustração. Com o crescimento da cibercriminalidade, as chamadas telefónicas tornaram-se também uma via popular para fraudes, o que faz com que os consumidores queiram eliminar este tipo de contactos para evitar confusões entre chamadas legítimas e tentativas de burla. Ape...

Os professores

 As últimas semanas têm sido agitadas nas escolas do ensino público, fruto das diversas greves desencadeadas por uma percentagem bastante elevada da classe de docentes. Várias têm sido as causas da contestação, nomeadamente o congelamento do tempo de serviço, o sistema de quotas para progressão na carreira e a baixa remuneração, mas há uma que é particularmente grave e sintomática da descredibilização do ensino pelo qual o Estado é o primeiro responsável, e que tem a ver com a gradual falta de autoridade dos professores. A minha geração cresceu a ter no professor uma referência, respeitando-o e temendo-o, consciente de que os nossos deslizes, tanto ao nível do estudo como do comportamento, teriam consequências bem gravosas na nossa progressão nos anos escolares. Hoje, os alunos, numa maioria demasiado considerável, não evidenciam qualquer tipo de respeito e deferência pelo seu professor e não acatam a sua autoridade, enfrentando-o sem nenhum receio. Esta realidade é uma das princip...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...