Avançar para o conteúdo principal

COVID-19. Pagar com notas e moedas é seguro?



A probabilidade de contágio é muito baixa quando comparada com a de outras superfícies, mas – tal como em tempos de normalidade – aconselha-se sempre a higienização das mãos após o contacto com notas e moedas, afirma o Banco de Portugal.

Tal como acontece com a gripe sazonal, a transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca a COVID-19, ocorre principalmente através de gotículas com partículas virais que são libertadas pelo nariz ou pela boca de pessoas infetadas, quando tossem ou espirram, e que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo. As gotículas podem ainda depositar-se nos objetos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada e, desta forma, infetar outras pessoas que com eles contactem e, depois, toquem nos olhos, no nariz ou na boca.

Estudos recentes indicam que o SARS-CoV-2 pode sobreviver, embora com uma diminuição significativa da sua carga viral, em superfícies como plástico ou metal, até 72 horas, e em aerossóis, até 3 horas. Em superfícies de cobre, o novo coronavírus sobrevive menos de 4 horas e, em superfícies mais porosas, como cartão, menos de 24 horas. O tempo durante o qual persiste nas superfícies depende de condições como o tipo de superfície, a temperatura ou a humidade do ambiente e a carga viral inicial que originou a exposição.

Perante estes dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) reconheceram que o dinheiro não constitui uma forma de transmissão comum da COVID-19. Também o Instituto Robert Koch, da Alemanha, confirmou recentemente que “a transmissão do vírus através das notas de banco não tem um significado especial”.

Resultados preliminares dos testes realizados no Eurosistema revelam que a carga viral do novo coronavírus diminui rapidamente nas primeiras seis horas após deposição em notas e moedas de euro.

Os bancos centrais da área do euro conduzem regularmente estudos sobre o impacto potencial da produção e da circulação de notas de euro na saúde pública, incluindo em relação aos vírus.

Estão a ser realizadas investigações sobre o SARS-CoV-2 e os resultados preliminares revelam que a respetiva carga viral apresenta um rápido declínio nas primeiras seis horas após deposição em notas e moedas de euro.

A degradação do vírus é mais rápida nas notas e moedas de euro do que no aço inoxidável, material usado, por exemplo, nas maçanetas das portas. No caso das notas de euro, a diminuição da carga viral é 10 a 100 vezes mais rápida nas primeiras horas do que no aço inoxidável.

A probabilidade de contágio com um vírus através de uma nota ou de uma moeda de euro é muito baixa em comparação com outras superfícies. Mas, porque são manuseadas por um grande número de pessoas, é importante que os utilizadores higienizem sempre as mãos após o contacto com notas e moedas, independentemente de existir ou não um contexto de pandemia.

As medidas básicas de proteção contra o novo coronavírus devem ser aplicadas conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Após o contacto físico com objetos frequentemente tocados, incluindo notas e moedas, os utilizadores devem evitar tocar no rosto, olhos e boca e devem fazer uma lavagem cuidadosa das mãos, com água e sabão, ou higienizar as mãos com soluções próprias à base de álcool.

As notas e as moedas de euro têm de ser obrigatoriamente aceites em pagamentos, pelo valor nominal, em toda a área do euro. A sua utilização não pode ser recusada, em nenhum caso, desde que cumpridos os limites máximos definidos na lei.


Comentários

Notícias mais vistas:

Está farto de chamadas comerciais ‘spam’? Decore estas três frases ‘mágicas’ que o podem safar

 As chamadas comerciais, muitas vezes referidas como chamadas spam, são aquelas em que empresas contactam os consumidores para tentar vender produtos ou serviços. Estas chamadas tornaram-se uma das maiores fontes de irritação para os utilizadores, principalmente porque, na maioria das vezes, os produtos oferecidos não são do interesse de quem atende. Além disso, essas chamadas tendem a acontecer nos momentos mais inconvenientes, como quando acabamos de fechar os olhos para uma sesta ou enquanto estamos a pagar as compras no supermercado. Pior ainda, não se trata apenas de uma única chamada por dia; há casos em que os consumidores recebem várias dessas chamadas indesejadas em poucas horas, o que aumenta o nível de frustração. Com o crescimento da cibercriminalidade, as chamadas telefónicas tornaram-se também uma via popular para fraudes, o que faz com que os consumidores queiram eliminar este tipo de contactos para evitar confusões entre chamadas legítimas e tentativas de burla. Ape...

Os professores

 As últimas semanas têm sido agitadas nas escolas do ensino público, fruto das diversas greves desencadeadas por uma percentagem bastante elevada da classe de docentes. Várias têm sido as causas da contestação, nomeadamente o congelamento do tempo de serviço, o sistema de quotas para progressão na carreira e a baixa remuneração, mas há uma que é particularmente grave e sintomática da descredibilização do ensino pelo qual o Estado é o primeiro responsável, e que tem a ver com a gradual falta de autoridade dos professores. A minha geração cresceu a ter no professor uma referência, respeitando-o e temendo-o, consciente de que os nossos deslizes, tanto ao nível do estudo como do comportamento, teriam consequências bem gravosas na nossa progressão nos anos escolares. Hoje, os alunos, numa maioria demasiado considerável, não evidenciam qualquer tipo de respeito e deferência pelo seu professor e não acatam a sua autoridade, enfrentando-o sem nenhum receio. Esta realidade é uma das princip...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...