Avançar para o conteúdo principal

Mais 2 anos de austeridade para a função pública mas prossores terão mais 6 anos de austeridade.

Governo diz que recuperar salários dos docentes pode demorar seis anos

A Federação Nacional de Educação disse, esta quinta-feira, que o faseamento da recuperação salarial do tempo de serviço dos professores se pode prolongar por duas legislaturas.

À saída da reunião com o Governo, no Ministério da Educação, dedicada à negociação da recuperação salarial do tempo de serviço congelado, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), disse aos jornalistas que as indicações dadas pelo executivo apontam para o início do pagamento em 2020, podendo prolongar-se por duas legislaturas, ou seja, para além de 2023.

"Poderá prolongar-se de 2020 por vários anos, a não concluir-se sequer em 2023. O faseamento iniciar-se-ia em 2020 e teria de decorrer aos poucos. A aplicação prática do que foi dito é que isto poderá prolongar-se por mais do que a próxima legislatura", disse Dias da Silva.

O secretário-geral da FNE classificou a proposta do Governo de "inaceitável", recusando aceitar não só que não seja considerado todo o tempo de serviço congelado - incluindo o anterior a 2011 - como a possibilidade de não haver já em 2018 impacto orçamental e salarial relativo à recuperação do tempo de serviço.

"Não tem que ser na totalidade, não precisam de ser os 25%, pode ser uma percentagem inferior mas em 2018 tem de haver impacto remuneratório para os professores", disse Dias da Silva, que à saída da reunião disse que os professores e educadores têm neste momento razões para estar "profundamente preocupados".

Lembrando que, atualmente, os deputados, aos quais na quarta-feira os professores se dirigiram com a manifestação que terminou frente à Assembleia da República, têm na mão a proposta de lei do Orçamento do Estado, o líder da FNE deixou um apelo para que o parlamento para que solucione o problema dos professores, já que só na sexta-feira termina o prazo para apresentação de propostas de alteração ao Orçamento do Estado por parte dos grupos parlamentares.

"É um apelo que reforço e que já foi feito ontem [quarta-feira] por todos os professores que estiveram na manifestação e na greve", disse.

Ainda que admita que a margem de negociação não está esgotada, Dias da Silva disse que "há alturas em que os trabalhadores vão ter que dizer basta".

"A desconsideração do tempo de serviço tem limites. O Governo poderá demorar tempo a apresentar propostas, a resposta dos professores é que provavelmente virá mais cedo", declarou.

Admitiu ainda que, a manter-se a posição do Governo, as diferentes organizações sindicais possam convergir em ações de luta.

O Governo, representado pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, e pela secretária de Estado da Administração e Emprego Público, Fátima Fonseca, chamou hoje os sindicatos dos professores ao Ministério da Educação para negociar a recuperação salarial do tempo de serviço congelado aos professores.

A proposta do executivo prevê que apenas sejam contabilizados sete anos de serviço congelados - deixando de fora os dois anos e meio decorridos entre agosto de 2005 e o final de 2007 - e que o impacto salarial da recuperação do tempo de serviço apenas produza efeitos a partir de 2020.

Os sindicatos recusam aceitar uma proposta nestes termos, exigindo que o impacto orçamental e salarial seja sentido já em 2018.

Na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2018, que decorreu na quarta-feira no parlamento, a secretária de Estado Alexandra Leitão já tinha revelado que qualquer reposição do tempo de serviço dos professores ficaria de fora do próximo orçamento.

Na terça-feira, o primeiro-ministro anunciou que o cronómetro da carreira dos professores iria voltar a contar para efeitos de progressão, lembrando no entanto que a reposição imediata e total dos anos de congelamento custaria 650 milhões de euros.

https://www.jn.pt/nacional/interior/governo-diz-que-recuperacao-salarial-dos-docentes-pode-demorar-seis-anos-8923208.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"

 "Russos e ucranianos são um só", entende o presidente da Rússia, que não procura uma capitulação total da Ucrânia, embora tenha um objetivo concreto em mente A Ucrânia faz parte da Rússia porque ucranianos e russos são uma e a mesma coisa. Este é o entendimento do presidente russo, Vladimir Putin, que não teve problemas em afirmá-lo esta sexta-feira. A partir do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, Vladimir Putin garantiu que não procura uma capitulação da Ucrânia, ainda que pretenda que Kiev reconheça a realidade da situação no terreno. “Não procuramos a capitulação da Ucrânia. Insistimos no reconhecimento da realidade que se desenvolveu no terreno”, acrescentou, sem concretizar totalmente o que isso significa. Mas já depois disso, e na confirmação de que pensa numa espécie de reedição da União Soviética, Vladimir Putin afirmou: “Russos e ucranianos são um só povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”. Apesar disso, e quase que numa aparente contradição, o pr...

Como resistir ao calor: transforme a sua ventoinha simples num ar condicionado

 As ventoinhas, por si só, muitas vezes limitam-se a fazer circular o ar quente. Mas existe um truque engenhoso para torná-las mais eficazes Em dias de calor muito intenso, e para quem não tem ar condicionado em casa, suportar as elevadas temperaturas pode ser um verdadeiro desafio. No entanto, se tiver uma ventoinha por perto, há um truque simples que pode fazer toda a diferença na hora de refrescar o ambiente. As ventoinhas, por si só, têm muitas vezes dificuldade em baixar efetivamente a temperatura, limitando-se a fazer circular o ar quente. Mas existe uma maneira engenhosa de torná-las mais eficazes a refrescar o espaço. A página de TikTok @top_dicas_  partilhou um método simples para transformar uma ventoinha num verdadeiro ar condicionado caseiro. O processo é acessível e não exige ferramentas. Vai precisar apenas de uma ventoinha, duas garrafas de plástico, dois tubos de plástico, uma caixa térmica de esferovite, gelo, fita-cola e abraçadeiras. Comece por cortar a part...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...