Avançar para o conteúdo principal

Sabe como funciona o carregamento rápido?

Como é sabido, a tecnologia é algo que está em constante evolução. Já ouviu falar sobre Quick Charge da Qualcomm, VOOC da OPPO, ou Dash Charge da OnePlus? Pois bem, estas são tecnologias utilizadas pelas marcas, cujo objetivo é carregar o smartphone em “três tempos”. Vamos então perceber como isso funciona.


Antes de avançar, é importante conhecer e perceber como são carregadas estas baterias. A maioria dos smartphones possui uma bateria deste tipo (Li-ion), composta por um elétrodo positivo, outro negativo, e um eletrólito entre ambos. Os iões de lítio movimentam-se simplesmente de um elétrodo para o outro, permitindo que a bateria esteja num estado de carga, ou descarga.


Capacidade da bateria (mAh)

A unidade de medida utilizada é o miliampere-hora. Uma bateria de 5000 mAh tem uma duração bastante superior quando comparada a uma de 3000 mAh, significando isto que, quanto maior for a sua capacidade, mais energia consegue armazenar, o que se traduz numa maior duração.

Pode dizer-se que a quantidade de corrente que o carregador consegue produzir, é o fator determinante para a rapidez com que uma bateria pode ser carregada, desde que o smartphone faça uso dela. Portanto, um carregador que produza 2A (ampére), carrega duas vezes mais rápido em relação ao de 1A.


Ora, mas não é tão linear assim, por exemplo, ao utilizar um carregador de um tablet (com corrente maior) para carregar um smartphone, resulta num carregamento mais rápido, mas em contrapartida, aquece mais, existindo uma perda de energia sob a forma de calor.

Uma bateria de iões de lítio carrega mais facilmente quando está quase sem carga, do que cheia, isto porque os iões têm maior liberdade de movimentação.


O modo de carregamento evoluiu

O carregamento rápido, geralmente, é feito aumentando a potência do carregador, através de um aumento da tensão ou corrente que este fornece ao dispositivo. Mas, será isto seguro? Bem, teoricamente não é, mas com o hardware correto, o caso muda de figura.


Os smartphones são cada vez mais inteligentes, e no que trata ao carregamento também. Uma grande parte deles possui um pequeno chip incorporado, cujo objetivo é monitorizar a temperatura da bateria e a quantidade de energia que circula. Isto permite que o dispositivo diminua ou pare de receber energia, quando esta fica cheia, ou muito quente. Um ligeiro aquecimento é normal, mas em excesso obviamente que não.


Qualcomm Quick Charge

Esta tecnologia utiliza dois chips, um integrado no dispositivo, e outro no carregador. Este último ajusta a potência consoante as necessidades do equipamento. Ou seja, nos momentos de menor energia na bateria, o carregador debita a mais alta potência que o dispositivo pode receber, de forma segura, e à medida que a carga aumenta, este comunica com o carregador para que lhe seja fornecida menos energia.

Atualmente, a Qualcomm conta com cinco versões, 1.0, 2.0, 3.0, 4.0, e mais recentemente, 4.0+. Eis a evolução das primeiras quatro versões:

A versão 4.0 surgiu por “culpa” do sucesso da versão anterior. Foi adicionada uma versão mais recente da Intelligent Negotiation for Optimum Voltage (INOV), que permite ao dispositivo determinar o nível de potência ideal a solicitar ao carregador. A tecnologia Dual Charge foi também incluída, consistindo na integração de um segundo chip no smartphone para uma melhor dissipação térmica, e um carregamento mais eficiente.

Em relação à última versão (4.0+), foi integrada a tecnologia Intelligent Thermal Balancing, cujo objetivo é conduzir a corrente através do caminho mais correto e de forma autónoma, eliminando o aquecimento, o que resulta numa disponibilidade de energia otimizada.



Resta dizer que os novos equipamentos da Samsung (Adaptative Fast Charging) utilizam o mesmo método, uma vez que adquiriu a licença da Qualcomm para a utilizar nos seus equipamentos com processadores não-Qualcomm.



OPPO VOOC e OnePlus Dash Charge

Estas duas empresas, irmãs, utilizam o mesmo método de carregamento rápido, com elevadas quantidades de corrente, na ordem dos 4A. A corrente aumenta e diminui nos mesmos modos que o Quick Charge, graças aos chips.

Enquanto que a Qualcomm utiliza um circuito especial presente no smartphone e outro no carregador (menos seguro) para gerir o fluxo de tensão, que consequentemente faz com que ambos aqueçam, o VOOC e o Dash Charge possuem circuitos de controlo apenas no carregador (mais seguro).


Quer isto dizer que os equipamentos da OPPO e OnePlus podem ser utilizados durante o carregamento (sendo necessário utilizar o carregador e cabo adequados) mas, com os da Qualcomm, não é conveniente.


Hardware Específico

Logicamente, para usufruir desta tecnologia é necessário ter um smartphone com suporte para carregamento rápido, bem como um carregador e cabo. Os três componentes têm que ser compatíveis, além do cabo e do carregador deverem ser originais ou certificados.

Este é, sem dúvida, um bom avanço no que diz respeito à tecnologia de carregamento, evitando assim largas horas à espera que o dispositivo termine de carregar para o poder utilizar.

https://pplware.sapo.pt/smartphones-tablets/sabe-como-funciona-carregamento-rapido/

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di