Avançar para o conteúdo principal

Encontrados restos com 4 mil milhões de anos dos primeiros organismos da Terra

Poderão ter sido encontrados no norte da Península do Labrador, no leste do Canadá, os vestígios de vida mais antigos que se conhece

As primeiras formas de vida orgânica na Terra podem ter aparecido há quase 4 mil milhões de anos, revela um estudo publicado esta quarta-feira na revista Nature.

Depois de o ano passado uma equipa internacional de cientistas ter anunciado a descoberta de micro-fósseis com 3,77 mil milhões de anos, na província do Quebec, o leste do Canada volta a presentear a ciência com mais uma descoberta: restos do que poderão ser os mais antigos organismos conhecidos da Terra, com 3,9 mil milhões de anos.

Na nova pesquisa, liderada pelo Departamento de Ciências da Terra e Astronomia da Universidade de Tóquio, no Japão, uma equipa de cientistas analisou isótopos de carbono em material carbonoso e carbonato de rochas sedimentares encontradas no norte da Península do Labrador, no leste do Canadá.

Segundo as conclusões da pesquisa, apresentadas num artigo publicado esta quarta-feira na revista Nature, na região podem ter existido há 3,9 mil milhões de anos algumas das primeiras formas de vida conhecidas no planeta.

Segundo os cientistas, as provas que demonstram a presença de vida no início da história do planeta são ainda fracas – entre outros motivos, devido à falta de amostras de rochas e ao precário estado de conservação do material da Era Eoarqueana, entre 3 mil milhões e 850 milhões de anos atrás.

A análise de isótopos de rochas sedimentárias do Cinturão Supracortical de Isua, no sudoeste da Groenlândia, com data de 3,7 a 3,8 mil milhões de anos atrás, sugere que as partículas de grafite poderiam ter origem biogenética, ou seja, terem sido produzidas por organismos vivos.

Já o estudo de rochas sedimentares com idade semelhante, provenientes do Cinturão de Nuvvuagittuq, no leste do Canadá, e de Akilia, na Groenlândia, não detetou a presença de grafite biogenético.

Os especialistas da Universidade de Tóquio examinaram a presença de grafite nas rochas sedimentares encontradas em Saglek Block, no norte da Península do Labrador.

Com uma detalhada análise geológica das rochas e a medição das concentrações e composições dos isótopos de grafite e do material carbonoso foi possível constatar que o grafite dessas rochas é biogenético.

Além disso, os cientistas determinaram que a ocorrência de uma constante entre as temperaturas de cristalização do grafite e a temperatura metamórfica das rochas indica que o grafite não se originou como consequência de uma contaminação posterior.

Os autores sugerem assim que a descoberta de grafite biogenético nestas rochas da Península do Labrador poderia favorecer o estudo geoquímico dos organismos que os produziram e fornecer mais dados sobre o aparecimento da vida na Terra.

https://zap.aeiou.pt/restos-possiveis-primeiros-organismos-da-terra-39-mil-milhoes-anos-encontrados-no-canada-175267

Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...