Avançar para o conteúdo principal

Elevador de Santa Justa vai ter museu. Hoje ganha nova entrada

Obras no piso térreo da Rua do Ouro são inauguradas hoje. Segue-se a mudança do piso no miradouro e dos motores dos elevadores. Visitas continuam durante os trabalhos

O Elevador de Santa Justa vai ter um museu. Depois de hoje inaugurar mais uma das renovações que têm vindo a mudar a cara deste monumento centenário da capital, a Carris anuncia que a substituição dos motores das duas cabines que fazem o transporte dos visitantes vai permitir libertar espaço na casa das máquinas para se criar um espaço com a história do elevador. Uma mudança que só deverá acontecer daqui a dois anos.

Hoje, quem entrar pela Rua do Ouro no Elevador de Santa Justa até pode não dar pelas mudanças. Mas um olhar mais atento vai permitir ver que o piso térreo está de cara lavada. A discrição das mudanças acontece porque as obras aconteceram numa zona pouco usada. Em vez de uma parede suja e pouco iluminada de um corredor que dá a volta ao monumento, há agora um painel informativo, claro e iluminado com os monumentos e a história de Lisboa e há uma nova estrutura metálica que recupera a traça original. Transformando um corredor que não tinha utilidade numa zona de espera mais agradável, acredita a Carris, empresa gestora do elevador.

Aos 115 anos, o monumento nacional ainda vai ter mais remodelações: os elevadores vão ganhar novos motores (um muda no inverno de 2018 e outro no inverno seguinte), permitindo abrir a casa das máquinas como espaço museológico, e nos primeiros quatro meses de 2018, o piso do miradouro vai voltar ao original e ganha luzes LED que se iluminarão à noite.

Os cuidados de restauro do elevador começaram em 2009, com a reabilitação da estrutura, cuja finalidade foi a de preservar e melhorar as condições de segurança.

Esta última remodelação, foi realizada nos últimos meses, e não interrompeu as visitas, talvez, por isso, um dia antes da inauguração , os turistas não davam pela sua existência . "Não reparámos em nada", admite Eduardo, turista espanhol, olhando em volta à procura de um sinal de obras. No último dia que ele e a mulher passaram em Lisboa, aproveitaram para ir ver a capital portuguesa do miradouro. "Viemos pela vista, não sei nada do monumento", confessa o visitante, ainda na fila para entrar.

No miradouro, os turistas passeiam sem restrições, pelo menos por enquanto. Vão fazendo selfies, pedindo a outros visitantes que tirem fotografias de grupo e poucos admiram a obra em que estão. Já que os olhos e as câmaras pousam apenas no horizonte alfacinha. Um olhar mais atento só para admirara o trabalho de ferro fundido, quando os óculos de sol de uma turistas espanhola voaram e ficaram presos entre o chão e o gradeamento em ferro. As restrições de espaço fazem com que nunca fique demasiado cheio. O que vai ser bom, a partir de janeiro, quando arrancar a obra que vai retirar o piso antiderrapante que cobre o miradouro. "Vai ser substituído pelo piso igual ao original e vai ter luzes LED. Ainda se pensou no vidro, mas em termos de manutenção acabou por se decidir que o melhor era o piso original", explica fonte oficial da Carris.

Esta obra deve estar concluída no final de abril e não está previsto o encerramento do miradouro. embora deva existir alguma limitação de circulação dos visitantes. Além de que, "pode dar-se o caso de se fechar as entradas um dia ou outro, pontualmente", acrescenta a mesma fonte. Está também prevista a construção de mais uma escada em caracol de acesso ao miradouro - existem duas: uma para subir e outra para descer.

Reativação do elétrico

A renovação do Elevador de Santa Justa ficará completa quando nos invernos de 2018 e 2019 forem substituídos os dois motores das duas cabines. Já que vai ser preciso mudar um de cada vez, para evitar fechar o monumento. Os novos equipamentos vão ser colocados em cima dos elevadores, libertando espaço na casa das máquinas para criar um pequeno museu que conte a história do local. Neste momento, há sempre um técnico na casa das máquinas, para evitar que os motores originais não tenham problemas.

Criando esse espaço de museu como ponto de paragem e a abertura, agora, no piso térreo de dois balcões de venda de merchandising da Carris Tour, o objetivo é que os cerca de um milhão de visitantes anuais fiquem mais tempo no elevador. Os dois balcões passam a estar na zona de entrada e saída, debaixo das escadas, que com esta renovação ganharam luz.

A Carris Tour espera também reativar a linha de elétricos no largo do Carmo, permitindo fazer a ligação com o elevador. Numa primeira fase, será uma ligação apenas turística, mas não está excluído que os lisboetas possam vir a usufruir de elétricos regulares.

https://www.dn.pt/sociedade/interior/elevador-de-santa-justa-vai-ter-museu-hoje-ganha-nova-entrada-8914281.html

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...