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Desta vez é a sério: já há um Tesla Model 3 com motor de combustão



Criado pela empresa austríaca Obrist, este Tesla Model 3 conta com um pequeno motor de 2 cilindros a gasolina que funciona como um extensor de autonomia.


Não, desta vez não se trata de uma brincadeira do “dia das mentiras”. Em “contracorrente” à tendência atual de eletrificação, os austríacos da Obrist decidiram que o que fazia mesmo falta ao Tesla Model 3 era… um motor de combustão interna.


Talvez inspirada por modelos como o BMW i3 com extensor de autonomia ou a primeira geração dos “gémeos” Opel Ampera/Chevrolet Volt, a Obrist transformou o Model 3 num elétrico com extensor de autonomia, oferecendo-lhe para tal um pequeno motor a gasolina com 1.0 l de capacidade e somente dois cilindros colocado onde outrora estava a bagageira dianteira.


Mas há mais. Graças à adoção de um extensor de autonomia, este Tesla Model 3, ao qual a Obrist chamou HyperHybrid Mark II, pôde abdicar das baterias que normalmente equipam o modelo norte-americano e adotar uma bateria mais pequena, barata e leve com 17,3 kWh de capacidade e cerca de 98 kg.


Como funciona?

O conceito base por trás do HyperHybrid Mark II que a Obrist mostrou no Salão de Munique deste ano é relativamente simples. Sempre que a bateria atinge os 50% de carga o motor a gasolina, com uma eficiência térmica de 42%, “entra em ação”.


Funcionando sempre num regime ideal, este é capaz de produzir 40 kW de energia às 5000 rpm, valor esse que pode subir até aos 45 kW caso este motor “queime” eMethanol. Quanto à energia produzida, essa é obviamente usada para carregar a bateria que depois alimenta um motor elétrico de 100 kW (136 cv) ligado às rodas traseiras.


A solução ideal?

À primeira vista, esta solução parece resolver alguns dos “problemas” dos modelos 100% elétricos. Reduz a “ansiedade de autonomia”, oferecendo uma autonomia total considerável (cerca de 1500 km), permite poupar no custo das baterias e até no peso total, normalmente inflacionado pelo recurso a packs de baterias de grandes dimensões.


Contudo, nem tudo “são rosas”. Primeiro, o pequeno motor/gerador consome gasolina, em média 2,01 l/100 km (no ciclo NEDC anuncia 0,97 /100 km). Além disso, a autonomia 100% elétrica fica-se por uns modestos 96 km.


É verdade que o consumo elétrico anunciado quando este Tesla Model 3 funciona como um elétrico com extensor de autonomia se fica pelos 7,3 kWh/100 km mas não nos podemos esquecer que este sistema acaba por apresentar algo que o Model 3 normal não tem: emissões de carbono que, segundo a Obrist, se fixam nas 23 g/km de CO2.


eMethanol, um combustível com futuro?

Mas atenção, a Obrist tem um plano para “combater” essas emissões. Lembram-se do eMethanol que referimos mais acima? Para a Obrist esse combustível pode permitir ao motor de combustão trabalhar de forma neutra em carbono, tudo graças a um interessante processo de produção deste combustível.


O plano inclui a criação de enormes centrais de produção de energia solar, a dessalinização da água do mar, a produção de hidrogénio a partir dessa água  e a  extração de CO2 da atmosfera, tudo para depois produzir o metanol (CH3OH).


De acordo com a empresa austríaca, para produzir 1 kg deste eMethanol (apelidado aFuel) são precisos 2 kg de água do mar, 3372 kg de ar extraído do e cerca de 12 kWh de eletricidade, com a Obrist a afirmar que neste processo são ainda produzidos 1,5 kg de oxigénio.


Ainda um protótipo, a ideia da Obrist passa por criar um sistema versátil que possa ser aplicado em modelos de outros fabricantes, com um custo a rondar os 2.000 euros.


https://www.razaoautomovel.com/2021/10/tesla-model-3-hibrido


Comentário do Wilson:

Esta solução custa menos de 2000€ e permite poupar mais de 10.000€ na redução da bateria e redução do peso total do veículo pelo que faz todo o sentido.

Mesmo em modo de gasolina o consumo é de apenas 1 a 2 L/100Km.

Isto sim é racional. irracional é o que está acontecendo agora em que os políticos nos querem impingir automóveis 100% elécticos apenas a bateria quando a tecnologia das baterias ainda não satisfaz quer em termos de velocidade de carregamento quer em termos de segurança quer em termos de tempo de vida quando se usa a carga rápida frequentemente.

Além disso o custo de carregamento em postos rápidos é superior ao custo da gasolina na solução indicada pela Obrist (e, antes disso, pelo Opel Ampera e Chevrolet Volt). Na Obrist o consumo de gasolina é de apenas 1 a 2 L/100Km enquanto que nos carros convencionais é de 6 a 12 L/100Km.

...e já existe tecnologia para desligar automaticamente o motor de combustão quando se entra numa zona dedicada a veículos 100% eléctricos como na futura zona da baixa Pombalina em Lisboa.

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