"O lado russo cumpre todas as suas obrigações contratuais com os consumidores europeus, em 100%", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Para o Kremlin, contudo, a forma de aumentar o fornecimento de gás à União Europeia (UE) através da Ucrânia, após o vencimento dos contratos em 2024, "é aumentar o volume de gás comprado pela Europa"
O Kremlin disse esta quarta-feira que se a Europa pretende aumentar o fluxo de gás russo através da Ucrânia, deve aumentar as suas compras, garantindo que a Rússia cumprirá as suas obrigações contratuais com os consumidores europeus.
"O lado russo cumpre todas as suas obrigações contratuais com os consumidores europeus, em cem por cento", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.
"Além do mais, pelo que sabemos, agora estamos próximos do ponto mais alto em termos de fornecimento de gás aos compradores europeus", sublinhou Peskov.
Para o Kremlin, contudo, a forma de aumentar o fornecimento de gás à União Europeia (UE) através da Ucrânia, após o vencimento dos contratos em 2024, "é aumentar o volume de gás comprado pela Europa".
Os preços da eletricidade, que têm subido acentuadamente durante meses na sequência dos preços globais do gás, dispararam recentemente em vários países da UE.
Esta semana, as autoridades europeias denunciaram que a empresa energética russa Gazprom não reservou capacidade adicional de fornecimento de gás através da Ucrânia, o que estaria por detrás do aumento de preços da energia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse, no dia 9, que os países que têm contratos de longo prazo com a Rússia "esfregam as mãos" agora porque compram gás russo mais barato do que aqueles que o fazem em pagamento a pronto, dando o exemplo do contrato entre a Gazprom e a Alemanha.
Hoje mesmo, a secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, alertou hoje contra a "manipulação" dos preços do gás na Europa através de "falhas no fornecimento de um abastecimento adequado".
"Os Estados Unidos deixaram claro que nós e os nossos parceiros devemos estar preparados para continuar a intervir quando houver agentes que possam estar a manipular a oferta para seu benefício", disse Granholm, que está de visita a Varsóvia, numa altura em que os ministros da Energia e dos Transportes da União Europeia (UE) discutem o aumento dos preços da energia.
A Agência Internacional de Energia (AIE) disse na terça-feira que a Rússia está a cumprir os seus contratos de longo prazo com os parceiros europeus, de acordo com as informações disponíveis, mas que as suas exportações são menores, em relação a 2019.
"A AIE acredita que a Rússia poderia fazer mais para aumentar a disponibilidade de gás na Europa e garantir que as reservas sejam preenchidas a níveis adequados para o próximo inverno", pode ler-se num comunicado da agência.
Um grupo de cerca de 40 eurodeputados pediu à Comissão Europeia, em meados de setembro, para investigar a empresa energética Gazprom, acusando este grupo económico russo de cortar o abastecimento de gás através da Ucrânia para forçar a Alemanha a aprovar a entrada rápida em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, através do mar Báltico.
A Gazprom já negou qualquer manipulação do mercado.
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