Avançar para o conteúdo principal

Ter casa em Lisboa já é mais caro do que em Berlim

Estudo comparativo da UBS divulgou os dados sobre vencimentos, custo de vida, poder de compra e horários de trabalho em 77 cidades em todo o mundo

Custo das casas em Lisboa é o 38.º mais alto nas 77 cidades avaliadas pela UBS© Paulo Alexandrino / Global Imagens
A cidade de Lisboa já ultrapassou Berlim no preço das casas. Para viver na capital portuguesa uma família terá de desembolsar, em média, 1059 euros por mês; já para viver na congénere alemã será necessário despender perto de 996 euros. Na lista de 77 cidades avaliadas, Lisboa encontra-se na 38.ª posição, enquanto Berlim está logo atrás, na 39.ª. Olhando aqui para o lado, Madrid aparece algumas posições acima, em 35.º lugar. Mais afastada está a cidade de Barcelona nos 30 primeiros de uma lista encabeçada por Hong Kong e Nova Iorque.

Para estimar o custo das casas, a UBS considerou o preço de três diferentes tipos de apartamentos, T2 e T3, com e sem mobília. Para a estimativa foram incluídos os gastos com água, eletricidade e gás e excluídas despesas com garagem.

Para comparar o preço de uma casa temos de olhar para o custo de vida e para os salários nas diferentes cidades analisadas. A UBS compara o poder de compra de todas as 77 cidades, através de índices salariais em que Nova Iorque assume o valor 100. Tomando ainda os exemplos anteriores, Berlim regista um valor anual líquido salarial correspondente a 91,6 pontos e Lisboa a 44,5. Ou seja, se convertêssemos estes valores em euros seria o mesmo que dizer que em Lisboa um trabalhador recebe em média o correspondente a 44,5 euros de um nova-iorquino e que um trabalhador em Berlim o correspondente a 91,6 euros. Uma diferença de 47 euros que coloca Berlim na 15.ª posição, bem afastada de Lisboa, que surge na 48.ª. A meio das duas cidades está a capital espanhola na posição 36.

Trabalhar o dobro para comprar um hambúrguer
Outra forma de avaliar o poder de compra em diferentes cidades pode ser feita através da comparação de preços ou do número de horas ou minutos necessários para comprar um bem. A UBS optou por comparar um produto alimentar que é igual em todo o mundo: o Big Mac. Para comprar este hambúrguer em Lisboa seria necessário trabalhar mais de meia hora (36,3 minutos), o dobro do tempo despendido em Berlim (18,4 minutos). Já em Madrid será necessário trabalhar cerca de 28 minutos para comprar o mesmo hambúrguer.

Os portugueses são conhecidos por gostarem de café. Talvez por isso, Lisboa seja uma das cidades com a bica mais barata. De acordo com os dados recolhidos pelo banco suíço de investimento, podemos beber um café por 65 cêntimos. É a segunda cidade, entre 77, com o preço mais baixo. Melhor só mesmo Lagos, na Nigéria, onde pode beber um café por 53 cêntimos. Do lado oposto da lista está Doha, a capital do Qatar, onde um café pode custar a pequena fortuna de €5,50, equivalente a um almoço em Portugal. Não muito longe deste valor está o preço do café em Copenhaga, na Dinamarca, que, em média, custa €5,36.

Fazer uma escapadinha em Lisboa
Apesar da explosão do turismo em Portugal, Lisboa continua a ser muito competitiva para pequenas pausas de fim de semana. De acordo com a análise da UBS, a capital portuguesa tem preços médios abaixo das congéneres europeias. Uma escapadinha pode custar pouco mais de 400 euros, mais barato do que Berlim (€527) e abaixo dos 600 euros pedidos em Madrid. A lista é encabeçada por Nova Iorque, onde uma pausa na cidade pode ultrapassar os 900 euros.

Mas se fazer uma escapadinha pode sair em conta, o mesmo não se pode dizer de comprar eletrodomésticos. De acordo com o ranking da UBS, Lisboa é a sexta cidade com os preços mais elevados. No cesto de compras, o banco de investimento colocou produtos de gama alta: uma televisão 4K de 40 polegadas, uma câmara digital, um computador pessoal, um computador portátil e um iPhone X de 64 GB desbloqueado. Tudo pelo preço de 4500 euros. Se tiver disponibilidade, o melhor é ir até Madrid, onde pode poupar quase 600 euros e aproveitar para uma escapadinha.

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/14-jul-2018/interior/ter-casa-em-lisboa-ja-e-mais-caro-do-que-em-berlim-9590892.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di