Avançar para o conteúdo principal

Dois terços dos centros de saúde não têm consulta para mulheres que querem abortar

Pelo menos 33 dos 55 agrupamentos de centros de saúde não têm a consulta prévia obrigatória antes do aborto e pelo menos dez hospitais públicos não fazem IVG (interrupção voluntária da gravidez).

Segundo o Jornal de Notícias, pelo menos 33 dos 55 agrupamentos de centros de saúde não disponibilizam consulta prévia às mulheres que querem realizar uma interrupção voluntária da gravidez (IVG).

Os números resultam de um levantamento feito pelo Bloco de Esquerda e revelam que também há pelo menos dez hospitais públicos que não fazem IVG.

De acordo com o jornal, no Grande Porto, por exemplo, em 12 agrupamentos de centros de saúde, apenas um – o Baixo Tâmega – tem esta consulta prévia. No caso de Lisboa e Vale do Tejo, há pelo menos quatro hospitais que não fazem abortos, com as mulheres a serem encaminhadas para o privado.

No geral, as mulheres são encaminhadas para os hospitais públicos, onde também podem ter acesso a estas consultas obrigatórias que antecedem o período de reflexão e o aborto. Porém, como o processo nem sempre se dá da forma mais direta, pode obrigar a várias deslocações e a deixar as mulheres numa situação mais vulnerável.

Em declarações ao JN, o bloquista Moisés Ferreira alerta para o facto de estas dificuldades colocarem as mulheres em risco de verem a ser ultrapassado o prazo legal das dez semanas para avançarem com o aborto.

Além disso, cita a TSF, o deputado do Bloco defende que todos os hospitais devem garantir o acesso à IVG e critica a Direção-Geral da Saúde (DGS) por não divulgar os locais onde se fazem estas consultas prévias e o aborto.

Em 2016, o último ano em que há dados, a DGS contabilizou quase 15.500 abortos a pedido da mulher, escreve a rádio.

As conclusões deste inquérito vão ser oficialmente divulgadas depois de todos os agrupamentos de centros de saúde, unidades locais de saúde e hospitais do país, no total 92, responderem às questões enviadas nos meses de junho e agosto.

https://zap.aeiou.pt/centros-saude-sem-consulta-previa-aborto-217725

https://www.jn.pt/nacional/interior/centros-de-saude-sem-consulta-para-interromper-gravidez-9828837.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"

 "Russos e ucranianos são um só", entende o presidente da Rússia, que não procura uma capitulação total da Ucrânia, embora tenha um objetivo concreto em mente A Ucrânia faz parte da Rússia porque ucranianos e russos são uma e a mesma coisa. Este é o entendimento do presidente russo, Vladimir Putin, que não teve problemas em afirmá-lo esta sexta-feira. A partir do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, Vladimir Putin garantiu que não procura uma capitulação da Ucrânia, ainda que pretenda que Kiev reconheça a realidade da situação no terreno. “Não procuramos a capitulação da Ucrânia. Insistimos no reconhecimento da realidade que se desenvolveu no terreno”, acrescentou, sem concretizar totalmente o que isso significa. Mas já depois disso, e na confirmação de que pensa numa espécie de reedição da União Soviética, Vladimir Putin afirmou: “Russos e ucranianos são um só povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”. Apesar disso, e quase que numa aparente contradição, o pr...

Maria Luís Albuquerque: “Pensamos que os depósitos bancários são seguros, mas seguro é que perdemos dinheiro com eles”

Maria Luís Albuquerque, que neste momento tenta implementar a união de poupança e investimentos na Europa, volta a reforçar a importância da literacia financeira, e lembra que a estratégia europeia inscrita neste programa irá avançar no primeiro trimestre  Maria Luís Albuquerque, comissária europeia com a pasta dos Serviços Financeiros e Mercado de Capitais, reforça que esta é a hora de se avançar em conjunto a união de poupanças e investimento, salientado a importância de os investidores olharem além dos depósitos bancários, um dos instrumentos mais usados pelos portugueses na hora de investir. "Nós pensamos que os depósitos bancários são seguros, eu neste momento diria que é seguro que perdemos dinheiro. A percepção de risco é algo que tem de ser trabalhado. Lá chegaremos", disse a comissária na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "Temos um pilar de investimento e financiamento, para canalizar poupanças privadas para investimentos pr...