Avançar para o conteúdo principal

Governo produziu “fake Constituição” para afastar Joana Marques Vidal

Sem meias palavras, Paulo Rangel deixou clara a sua posição: a Procuradora-Geral da República (PGR) tem de continuar. “É incompreensível esta agenda que tem o Governo de não a querer reconduzir”.

Esta sexta-feira, o eurodeputado Paulo Rangel avisou que será “incompreensível” se o Governo não reconduzir a atual Procuradora-Geral da República, acusando o Governo de “deitar ao lixo” o Estado social.

“Depois do desempenho que teve a Procuradora-Geral da República ao longo destes anos – discreta, eficaz, sem qualquer conotação política, indo a todos os casos – seria incompreensível esta agenda que tem o Governo de não a querer reconduzir”, criticou o eurodeputado, numa aula na Universidade de Verão do PSD sobre Europa.

Para Paulo Rangel, antigo líder parlamentar social-democrata, o Governo chegou “ao cúmulo” de produzir “não fake news, mas uma fake Constituição“, ao dar a entender que a Lei Fundamental não permite a recondução de Joana Marques Vidal.

“Lá está cristalino, limpinho, transparente que ela pode ser reconduzida. Era um mau sinal, numa altura em que tantos governos na Europa procuram interferir na justiça, que nós, que temos uma apreciação pacífica sobre o seu desempenho fôssemos introduzir ruído e perturbação institucional”, disse.

Rangel salientou ainda que “o Governo terá de responder pelo que fizer” e defendeu que o assunto nada tem a ver com “esquerdas e direitas”, mas com “o pilar fundamental de qualquer democracia que é o Estado de direito”.

Além disso, apontou o dedo ao Governo por falhar em áreas da soberania como a Defesa – lembrando o caso de Tancos -, os Negócios Estrangeiros a propósito da situação dos lusodescendentes e emigrantes na Venezuela e até da administração interna, alertando para o aumento da sinistralidade rodoviária.

“Para se fazerem umas flores com as políticas de rendimentos está-se a cortar em coisas estruturais, a ir ao osso. Nem no tempo da troika se deixou os serviços públicos no Estado em que estão agora”, criticou, acusando o atual Governo socialista de estar a “deitar ao lixo” o Estado social.

https://zap.aeiou.pt/paulo-rangel-reconduzir-pgr-217346

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...