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Quase 27% dos jovens portugueses sofrem com problemas provocados pela internet



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Crédito: Manuel Del Moral / Unsplash
Problemas de rendimento na escola ou no trabalho e situações de mal-estar emocional são os casos mais reportados. Estudo revela ainda que o número de jovens com problemas relacionados com a internet está a aumentar

Quase 27% dos jovens portugueses associam problemas pessoais à utilização da internet. Esta é uma das principais conclusões do estudo Comportamentos Aditivos aos 18 anos e realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD).

De acordo com os dados apurados, 16,3% dos inquiridos associam os problemas de rendimento, na escola ou no trabalho, à utilização da internet, com outros 12,6% a reportarem situações de mal-estar emocional. Mas os problemas que os jovens dizem ter e que associam à utilização da internet vão mais longe: ter relações sexuais sem preservativo (9,7%), ter problemas financeiros (2,8%), problemas de saúde (1,4%) e até mesmo atos de violência ou desordeiros (1,4%) são outras dos problemas relatados pelos jovens.

Além disso, está a aumentar o número de jovens que relacionam problemas pessoais com a utilização que fazem da internet: em 2017, primeiro ano em que este indicador começou a ser registado, eram 22,9% os jovens que diziam ter problemas, contra os 26,8% registados no ano de 2019. Mas olhando para os números do relatório do SICAD é possível perceber que a situação tem contornos mais sérios mediante a situação específica de cada jovem.

Entre os estudantes universitários, são já 32,1%, quase um terço, os que associam a internet a problemas como os já referidos. E nos respondentes de género feminino, a variação entre 2017 e 2019 foi maior: de 21,7% para 27,3%.

Apostas online e mais de 6h nas redes sociais

No que a comportamentos tecnológicos diz respeito, o estudo do SICAD destaca ainda a prevalência dos jogos de apostas online nos jovens – 17,2% fazem-no, sendo “mais comum entre os rapazes, com menor nível de escolaridade e desempregados” – e da dependência que existe relativamente às redes sociais, com 17% dos jovens a assumirem que passam mais de seis horas por dia nestas plataformas. “As raparigas, jovens com menor escolaridade (até 9º ano) e desempregados parecem passar mais horas nas redes sociais”, lê-se no estudo.

Além destes valores, o estudo concluiu que 4% dos jovens portugueses já compram cannabis através da internet, valor que representa 12% entre os que dizem consumir a droga.

Os resultados do estudo têm por base as respostas de 86.254 jovens, feitas durante o Dia da Defesa Nacional em 2019. “Metade dos jovens analisados é do sexo masculino e a outra do sexo feminino. Mais de metade frequenta o ensino secundário, sobretudo o 12º ano (34%), sendo também de destacar a percentagem dos que já iniciaram o ensino superior (22%). Três quartos são estudantes a tempo inteiro e 11% conjugam os estudos com o trabalho. Uma pequena percentagem de jovens está empregada (sem estudar: 12%), enquanto os restantes estão desempregados. Praticamente todos são solteiros. Quanto às variáveis analisadas, trata-se de um perfil sociodemográfico semelhante ao dos jovens caracterizados em edições anteriores (2016-2018)”, indica ainda a nota técnica do estudo.




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