Avançar para o conteúdo principal

Petróleo por milho. O esquema entre a Venezuela e o México

O líder venezuelano Nicolás Maduro.
O líder venezuelano Nicolás Maduro.© EPA/Miraflores

Uma jogada com a assinatura de Alex Saab, o colombiano próximo de Maduro, detido em Cabo Verde. O acordo previa a entrega de milho e de camiões-cisterna, mas o cereal não passou de uma miragem e só um terço dos veículos foi entregue.

Uma investigação conjunta do El País e do site de jornalismo de investigação venezuelano Armando.info revela os pormenores de um acordo realizado sob a capa de ajuda humanitária e que fez escoar petróleo venezuelano em troca de milho e camiões-cisterna do México.

Do acordo assinado em junho de 2019 pela empresa mexicana Libre Abordo e pela Corporação Venezuelana de Comércio Exterior (Corpovex), divido entre dois contratos avaliados em quase 200 milhões de euros, foram expedidos através deste esquema mais de 30 milhões de barris de petróleo bruto, o que viola as sanções dos EUA contra a Venezuela.

A administração dos Estados Unidos tem estado a perseguir alguns dos agentes mais próximos do líder venezuelano, Nicolás Maduro, caso do colombiano Alex Saab, detido em Cabo Verde em junho, na sequência de um mandado emitido pela Interpol.

Sobre este acordo, adianta o El País que as autoridades mexicanas abriram uma investigação.

Os documentos do acordo Venezuela-México, a que Armando.info teve acesso, revelam inconsistências e lançam sombras sobre a suposta natureza humanitária da fórmula concebida por Alex Saab e pelo mexicano Joaquín Leal, também alvo de sanções dos EUA.

Fontes do regime de Nicolás Maduro "rejeitam o facto de se tratar de um negócio obscuro e afirmam que a falta de clareza nos contratos é uma consequência dos problemas que a Venezuela tem em fazer qualquer negócio face às sanções impostas pelos Estados Unidos".

Além do mais, detalha Armando.info, os mexicanos não cumpriram a sua parte nos dois contratos, o que faz levantar ainda mais suspeitas. As 200 mil toneladas de milho nunca chegaram à Venezuela e, dos mil camiões-cisterna adjudicados, chegaram em abril 309 ao porto de La Guaira.

Para Washington os intermediários mexicanos são cúmplices de um esquema para contornar as sanções e de uma rede de corrupção liderada por Alex Saab. O governo norte-americano acredita que Saab, um dos principais empresários do regime chavista, é o organizador de negócios ilícitos que têm como principal beneficiário Maduro.

Em junho, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou três cidadãos mexicanos e oito empresas ligadas ao esquema por violarem as sanções impostas à Venezuela.

De acordo com aquele organismo, as transações ocorreram com o conhecimento de um dos homens mais próximos de Maduro, Tareck El Aissami, que é o ministro do petróleo e vice-presidente para a economia.

El Aissami é acusado pela justiça dos EUA de narcotráfico.


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...