Avançar para o conteúdo principal

Exportações de petróleo da Venezuela caíram para níveis de 1943


Exportações de petróleo da Venezuela caíram para níveis de 1943

As plataformas petrolíferas venezuelanas paralisaram por completo por dificuldades na comercialização do crude, depois de em junho último o país ter exportado apenas 379.000 barris de petróleo e produtos refinados, o número mais baixo desde 1943.

Os dados são da empresa energética norte-americana Baker Hughes e a paralisação tem lugar depois de meia dúzia de barcos petrolíferos que tentavam esquivar-se às sanções dos Estados Unidos contra Caracas partirem sem crude dos portos venezuelanos, agravando as crescentes dificuldades da economia do país.

Em 1998 o país tinha mais de uma centena de plataformas petrolíferas ativas, mas no ano passado apenas 22 estavam em atividade, segundo a Baker Hughes.

Citado pela agência France-Presse, o especialista petrolífero e professor universitário Luís Oliveros refere que, sendo a Venezuela um país altamente dependente da exportação de petróleo, regista agora "uma deterioração importante dos campos".

"Problemas que fizeram cair a produção e agora não tem a quem vender e não tem onde guardar, já não tem capacidade para continuar a armazenar" o petróleo, referiu.

Segundo o professor Carlos Mendoza Potellá, assessor em matéria petrolífera do Banco Central da Venezuela, com os "'stocks' cheios" não é possível fazer funcionar as perfuradoras.

"Se não tens onde guardar a produção, porque não te deixam usar os barcos, chegas a zero", explicou.

A agravar a situação da falta de investimento está a corrupção e decisões erráticas, segundo a imprensa local, e "problemas estruturais" que a petrolífera estatal PDVSA arrasta.

Por isso, o economista José Manuel Puente, do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Estudos Superiores de Administração, sediado em Caracas, defende que as sanções "não são a origem do problema".

Em 2008, segundo dados da Organização de Países Exportadores de Petróleo, a estatal Petróleos da Venezuela produzia 3,2 milhões de barris diários de crude, mas a produção caiu para 600 mil barris diários no passado mês de maio, igualando a produção registada em 1940.

Até 2018, os Estados Unidos eram o principal cliente petrolífero da Venezuela.

Caracas enviava 500 mil barris diários de crude e recebia 120.000 barris diários de petróleo leviano e diluentes, uma situação que mudou devido às sanções e restrições de Washigton contra o Governo venezuelano, liderado pelo Presidente Nicolás Maduro, que obrigou o país a procurar alternativas.

A descida da procura, motivada pela pandemia da covid-19, vem agravar um país em crise política, económica e social, que está "numa situação crítica espantosa", segundo Carlos Mendoza Potellá.

A Venezuela está desde 2014 em recessão e com hiperinflação, uma crise que se agravou desde janeiro de 2019, quando o opositor Juan Guaidó jurou assumir publicamente as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e transparentes no país


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Componentes baratos para PC? Estas são as armadilhas a evitar!

  Com as placas gráficas a preços cada vez mais altos, apesar de pouco ou nada mudarem de um ano para o outro, é normal tentar cortar nos outros componentes quando se monta um PC gaming. Mas atenção: o barato pode sair caro! Poupanças mal pensadas em peças como motherboard, memória, PSU ou até a caixa, podem transformar um setup promissor numa máquina cheia de problemas. Aqui ficam 7 sinais de alerta que deves ter em conta antes de carregar no “comprar”. 1. CPUs dual-core Há 20 anos eram topo de gama. Hoje, são… fósseis tecnológicos. - Advertisement - Processadores com dois núcleos ou apenas 4 threads estão muito abaixo do mínimo aceitável para 2025, e pior ainda se quiser montar uma máquina capaz de aguentar alguns anos. No mínimo, olha para um Intel Core i3-12100F ou um AMD Ryzen 5 5500, ambos muito mais equilibrados. Se o orçamento apertar, o Ryzen 5 5600G traz gráficos integrados decentes para aguentar enquanto não compras uma gráfica dedicada. 2. RAM single-channel Colocar só ...