Avançar para o conteúdo principal

Hidrogénio oculto nas cordilheiras oceânicas aponta para biosfera desconhecida


Ao fornecer uma estimativa da quantidade de hidrogénio disponível para alimentar a vida microbiana abaixo da dorsal oceânica, um novo estudo lançou luzes sobre uma das biosferas menos compreendidas da Terra.

A maioria dos micróbios cria matéria orgânica através da fotossíntese alimentada pela luz solar. No entanto, as comunidades microbianas quimiossintéticas, que vivem nas profundezas da rocha vulcânica da crosta oceânica da Terra, carecem desta fonte de energia. Por isso, em vez de luz solar, usam hidrogénio – um gás que é libertado quando a água flui através de rochas ricas em ferro – como combustível para converter dióxido de carbono em alimento.

Assim que descobriram as primeiras fontes hidrotermais do fundo do mar, em 1977, os cientistas sabiam que a vida prosperava nas profundezas. No entanto, só em 2014 é que descobriram comunidades microbianas dentro de rochas vulcânicas abaixo do fundo do mar.

Esta descoberta despertou curiosidade, não apenas pelo tamanho da biosfera recém-descoberta, como pelo facto de as condições extremas de falta de oxigénio serem semelhantes às do início da vida na Terra.

“Este novo estudo fornece uma primeira estimativa sobre o tamanho destas comunidades e dá novas perspetivas sobre a extensão do impacto destes micróbios no clima e no paleoclima da Terra”, explicou Lincoln Pratson, professor de energia e meio ambiente da Universidade de Duke.

Os cientistas construíram um modelo para avaliar a produção total de gás hidrogénio de nove fontes geológicas diferentes num corredor de crosta oceânica com quase 30 milhões de quilómetros quadrados, no centro da dorsal oceânica.

A equipa estimou ainda a quantidade de hidrogénio que se libertava no oceano através de fontes hidrotermais no fundo do mar, com base em mais de 500 medições de amostras de água recolhidas em expedições anteriores ao longo da Faixa do Oceano Médio.

“Subtraindo a quantidade de gás que é exalada, que era aproximadamente 20 milhões de toneladas por ano, da quantidade produzida, que era aproximadamente 30 milhões de toneladas por ano, ficamos com cerca de 10 milhões de toneladas, presumivelmente consumidos por micróbios”, disse a cientista Stacey L. Worman, citada pelo Europa Press.

Estes números mostram que as comunidades microbianas desempenham um papel importante na regulação biogeoquímica global da Terra. Se não consumissem este gás altamente difusivo, o hidrogénio poderia escapar para a atmosfera, explicou a investigadora.

Essa entrada na atmosfera representaria um aumento considerável (cerca de 10%) do atual “orçamento” de hidrogénio atmosférico da Terra. Como o gás consegue acelerar a acumulação de gases de efeito estufa, isso poderia ter um impacto significativo no aquecimento global.

O artigo científico foi recentemente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.

https://zap.aeiou.pt/hidrogenio-oculto-biosfera-desconhecida-325150

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Visitei o Submarino Português Barracuda, da NATO, em Almada, Portugal

 Mergulha na fascinante história do Submarino Barracuda, agora aberto ao público em Almada! Descobre: Como era a vida a bordo deste submarino de guerra. Os segredos da navegação subaquática. Sistemas avançados de regeneração de oxigénio. 42 anos de missões e 800.000 milhas náuticas percorridas. Visita o Barracuda de terça a domingo, 10h-18h, perto de Lisboa, no Largo Alfredo Diniz, Cacilhas, Almada, às portas de Lisboa. Não percas esta oportunidade única de explorar o submarino mais antigo da NATO! Vê os meus outros passeios e viagens em  Wilson's discoveries   Se gostas de vistas aéreas para relaxar e conhecer, podes ver os meus voos de drone em  Relax in   Visitei o Submarino Português Barracuda, da NATO, em Almada, Portugal - YouTube

Portáteis de alta performance “low-cost”? Sim… Existem!

 Pode parecer estranho nos tempos que correm, mas existem mesmo portáteis de alta performance de marcas como a Tongfang (também vendida sob outras marcas como XMG, Eluktronics, Schenker, entre outras) capazes de oferecer especificações semelhantes ou até superiores a modelos da ASUS ROG, HP Omen, ou MSI a preços significativamente mais baixos. Porém, não pense que vai conseguir meter as mãos no mesmo exato produto. Existem compromissos quando opta por um portátil de uma marca com menos peso no mercado. Vale a pena investir num portátil de marca alternativa? portáteis de alta performance "low-cost"? sim... existem! A resposta depende do que procuras: Preço/Performance – Marcas como Tongfang conseguem oferecer mais hardware por menos dinheiro porque evitam grandes campanhas de marketing e não cobram pelo “prestígio” da marca. Assim, se quiseres um portátil com um processador topo de gama e uma RTX 4080 ou 4090 por menos dinheiro, pode ser uma solução. Personalização – Muitas de...