Avançar para o conteúdo principal

“Aldrabão encartado”. Galamba atira-se ao professor que diz que planos do hidrogénio são “roubo” aos contribuintes


A Estratégia Nacional para o Hidrogénio que foi aprovada pelo Governo merece duras críticas do professor universitário Clemente Pedro Nunes que considera que os contribuintes vão ser “roubados”. Palavras que merecem uma resposta enraivecida do secretário de Estado da Energia, João Galamba, que o acusa de ser “um aldrabão encartado”.

Galamba reage desta forma dura depois de uma entrevista de Clemente Pedro Nunes, professor do Instituto Superior Técnico (IST), na SIC Notícias, onde acusou o Governo de querer “dar mais dinheiro aos do mesmo” com a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (ENH) que foi aprovada em Conselho de Ministros, na passada quinta-feira.

“Quem vai ser roubado são os contribuintes”, aponta na SIC Notícias o professor universitário que é um dos signatários do manifesto contra o hidrogénio que contesta a ENH e que tem como outros subscritores Mira Amaral e Abel Mateus, entre outros.

Clemente Pedro Nunes considera que a ENH vai absorver “uma parte significativa dos recursos” para financiar “projectos sem rentabilidade” com recurso a tecnologias que, “por não estarem ainda dominadas, só vão fazer subir custos de produção e preços no consumidor”.

Comparando o caso do hidrogénio com o da energia eólica, o professor universitário atesta que os beneficiados vão ser os “suspeitos do costume, entre os quais a EDP” que está envolvida num dos maiores projectos que integra a ENH e que deverá receber financiamentos públicos e europeus.

Clemente Pedro Nunes lembra, em declarações na SIC Notícias, que o Governo de José Sócrates aprovou tarifas subsidiadas para as energias renováveis que acabaram por sair caro aos consumidores, temendo que o mesmo ocorra com o hidrogénio.

Deste modo, recomenda, referindo-se directamente ao Secretário de Estado da Energia, que devia antes preocupar-se “em ter soluções que fossem eficazes sob o ponto de vista de emissões de CO2 [emissões poluentes], que é uma questão global”.

João Galamba usa o seu perfil do Twitter para criticar as posições de Clemente Pedro Nunes.

“Está um cavalheiro na SIC Notícias a falar do “lobby dos intermitentes”. Tradução: o lobby dos intermitentes é o mundo inteiro menos o cavalheiro que denuncia o lobby“, começa por notar João Galamba.

Mas respondendo aos comentários a esta publicação, o governante acaba por falar do professor universitário como “um aldrabão” e “um mentiroso do pior”.

Para que não restassem dúvidas, Galamba confirma a identidade do visado pelas suas declarações perante a pergunta de um utilizador do Twitter. “Chama-se Clemente Pedro Nunes e é um aldrabão encartado“, reforça.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros, nesta quinta-feira, 30 de Julho, a ENH, prevendo um investimento privado entre os 7 mil milhões e os 9 mil milhões de euros até 2030.

A produção de hidrogénio deverá levar a uma “redução das importações de gás natural entre os 380 e os 740 milhões de euros“, segundo dados do Ministério do Ambiente.

O Governo prevê ainda que a sua estratégia leve à criação de entre 8.500 a 12 mil novos postos de trabalho directos e indirectos.


Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di