Avançar para o conteúdo principal

Campo magnético da Terra pode mudar 10 vezes mais depressa do que se pensava

Ilustração do campo magnético da Terra
Ilustração do campo magnético da Terra

O campo magnético da Terra tem sido alvo de muita atenção e alguma preocupação. Conforme o que temos visto, as alterações que são sentidas estão a deixar os cientistas e investigadores intrigados. Agora, novos dados referem que alterações na direção do campo magnético da Terra podem acontecer 10 vezes mais depressa do que se pensava anteriormente.

Esta informação permite projetar uma nova visão sobre o fluxo giratório de ferro a 2800 quilómetros abaixo da superfície do planeta e como este metal influenciou o movimento do campo magnético durante os últimos cem mil anos.

Como se forma e para que serve o campo magnético
O nosso campo magnético é gerado e mantido através de um fluxo convectivo de metal fundido que forma o núcleo externo da Terra. O movimento do ferro líquido cria as correntes elétricas que alimentam o campo.

Assim, o homem usa estas forças para ajuda a orientar os sistemas de navegação, e ter um escudo que nos protege da radiação nociva. Além destes dois pontos importantes, este campo é fundamental para o planeta manter a atmosfera no seu lugar.

Contudo, tal como já temos acompanhado, o nosso escudo natural está em constante mudança. Desta forma, temos atualmente os satélites que fornecem agora novos meios para medir e seguir as suas deslocações de corrente.

Apesar de agora termos muito maior controlo no que se passa, há eventos ainda por explicar. Aliás, a ideia é ir atrás, quando o campo já existia, mas não existiam os dispositivos de observação do homem para tentar compreender a realidade.

Assim, para perceber e recolher a evolução do campo através do tempo geológico, os cientistas analisam os campos magnéticos registados por sedimentos, fluxos de lava e artefactos feitos pelo homem. No entanto, seguir de forma precisa o sinal do campo central da Terra é extremamente desafiante, por isso as taxas de mudança de campo estimadas por estes tipos de análise ainda são debatidas.

Nova abordagem para perceber a variação temporal do escudo magnético
Os investigadores adotaram agora uma abordagem diferente. Combinaram simulações computorizadas do processo de geração do campo com uma reconstrução recentemente publicada das variações temporais do campo magnético da Terra ao longo dos últimos 100.000 anos.

Nas simulações, mostraram que as mudanças na direção do campo magnético da Terra atingiram taxas até 10 vezes maiores do que as variações mais rápidas atualmente relatadas de até um grau por ano.

Conforme foi demonstrado, estas rápidas mudanças estão associadas a um enfraquecimento local do campo magnético. Isto significa que estas mudanças ocorreram geralmente por alturas em que o campo inverteu a polaridade ou durante excursões geomagnéticas quando o eixo dipolo – correspondendo a linhas de campo que emergem de um polo magnético e convergem nos outros polos, longe das localizações dos polos geográficos norte e sul.

Ilustração do campo em densidade de fluxo magnético

Como exemplo foi dada a mudança brusca na direção do campo geomagnético de cerca de 2,5 graus por ano há 39.000 anos. Esta mudança foi associada a uma força de campo localmente fraca, numa região espacial confinada mesmo ao largo da costa ocidental da América Central, e seguiu a excursão global Laschamp – uma pequena inversão do escudo magnético da Terra que aconteceu há cerca de 41.000 anos.

Segundo os investigadores, existe um conhecimento muito incompleto do nosso escudo magnético antes de há 400 anos. Uma vez que estas rápidas mudanças representam alguns dos comportamentos mais extremos do núcleo líquido, poderiam dar informações importantes sobre o comportamento do interior profundo da Terra.


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...

Componentes baratos para PC? Estas são as armadilhas a evitar!

  Com as placas gráficas a preços cada vez mais altos, apesar de pouco ou nada mudarem de um ano para o outro, é normal tentar cortar nos outros componentes quando se monta um PC gaming. Mas atenção: o barato pode sair caro! Poupanças mal pensadas em peças como motherboard, memória, PSU ou até a caixa, podem transformar um setup promissor numa máquina cheia de problemas. Aqui ficam 7 sinais de alerta que deves ter em conta antes de carregar no “comprar”. 1. CPUs dual-core Há 20 anos eram topo de gama. Hoje, são… fósseis tecnológicos. - Advertisement - Processadores com dois núcleos ou apenas 4 threads estão muito abaixo do mínimo aceitável para 2025, e pior ainda se quiser montar uma máquina capaz de aguentar alguns anos. No mínimo, olha para um Intel Core i3-12100F ou um AMD Ryzen 5 5500, ambos muito mais equilibrados. Se o orçamento apertar, o Ryzen 5 5600G traz gráficos integrados decentes para aguentar enquanto não compras uma gráfica dedicada. 2. RAM single-channel Colocar só ...