Todos os segredos sobre a qualidade dos painéis solares chineses
Existe algum preconceito de que os painéis solares provenientes da china têm má qualidade, mas também quem considere que nos últimos anos os chineses investiram muito dinheiro a melhorar a sua tecnologia.
Assim qual será a opção mais correta?
A energia solar em centenas de cidades chinesas ficou ainda mais barata que a energia proveniente da rede nacional, conseguindo mesmo competir com a energia proveniente das centrais a carvão.
Segundo um estudo da Revista Nature Energy, algumas dessas cidades chinesas, 344, tinham sistemas solares capazes de produzir energia a preços mais baixos que a energia fornecida pela rede nacional, e não tinha qualquer subsidio. O que segundo os autores poderia levar a um maior investimento nas energias renováveis.
Investimento nos painéis solares chineses
A China investiu muito no desenvolvimento de projetos solares, tendo-se mesmo comprometido a investir cerca de 370 milhões de dólares nas energias renováveis (solar, eólica, hidráulica e nuclear) desde 201 até fim de 2020.
Anualmente os chineses gastam 30 mil milhões de dólares em painéis solares. As empresas de energia solar chinesas são subsidiadas pelo governo para venderem os seus produtos abaixo do custo de produção e ainda assim ganhar dinheiro com a venda dos mesmos!
Mas os povos ocidentais preferem garantir uma certa proteção às suas empresas locais, pelo que na altura da administração do Obama, foi aplicado um aumento de preço de cerca de 1/3 aos painéis solares chineses através da aplicação de uma tarifa de importação. Mas esta visão a curto prazo e não a longo prazo, trouxe repercussões para os americanos por parte dos chineses.
É que os painéis solares são feitos de um silício especial e sendo que os chineses são os maiores produtores no mercado das energias solares, e precisam de muito silício… adivinhem a quem o compram! Isso, aos EUA, aqueles que aumentaram o preço dos painéis solares chineses ao aplicarem uma taxa de importação de 1/3 do seu valor, se bem que há quem defenda o direito de aplicar essas taxas.
Ron Wyden, democrata do Estado de Oregon e Presidente da Comissão de Energia e Recursos Naturais é uma dessas pessoas. A lei protege muitas ideias, mas isso não significa que as devamos aplicar.
As taxas podem ser uma ferramenta útil para ajudar a equilibrar os mercados, mas devem ser pensadas cuidadosamente e aplicadas em cooperação, ou pelos menos com a empatia do outro governo, e a longo prazo. Não devem ser aplicadas só por aplicar, de modo instintivo.
E claro que a resposta do governo chinês não se fez esperar. Os chineses optaram por agravar as taxas de importação de silício americano, para que as empresas chinesas comprem o silício a outros países, como aos europeus!
Vamos a contas… em 2012 o negócio do silício valia cerca de 700 milhões de dólares para as empresas americanas de silício, um número que agora se reduziu a praticamente zero. E já houve danos em algumas empresas, como a Hemlock Semiconductor, que já despediu cerca de 400 funcionários.
E agora os americanos ficaram com um desastre em mãos… sendo pouco provável que os chineses voltem atrás com a sua decisão. E o poder executivo dos EUA tem poucas pessoas capazes de tomar decisões agressivas para o longo prazo. A única solução serão acordos diplomáticos a longo prazo, só que quando estiverem alinhavados, os chineses já serão capazes de produzir silício e não o vão importar.
Ou então deixar o orgulho de lado e tentarem uma destas ideias:
- Ajustar as taxas
- Permitir continuar a vender produtos baratos nos EUA
- Dar início a campanhas de publicidade para apoiar os produtos feitos nos EUA
- Dar início a campanhas subtis que questionem o valor de uma garantia de um fabricante difícil de encontrar nos EUA
- Dar incentivos adicionais a quem opte por comprar produtos produzidos nos EUA
Por razões óbvias, nenhuma destas ideias é a ideal. Mas os americanos têm que competir com um mercado mundial, e a China é essencial nesse jogo. Assim, quando os líderes de um país cometem um erro que custa milhões de dólares, além de milhares de empregos, alguém terá que dar o passo em frente e tratar de o reparar. E para isso não se podem preocupar com o próximo ciclo eleitoral.
Assim, a resposta à pergunta inicial, sim, os chineses têm vindo a investir muito dinheiro para melhorar a qualidade dos seus produtos.
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