Avançar para o conteúdo principal

Turquia proíbe o Bitcoin, causa terramoto mundial e a perda das poupanças de milhares de turcos.

 A Thodex e a Vebitcoin, duas bolsas de criptomoedas da Turquia colapsaram nos últimos dias. O CEO da primeira fugiu do país, enquanto o líder da Vebitcoin foi detido pelas autoridades.


O mercado das criptomoedas na Turquia sofreu um novo golpe no final de uma semana negra para estes ativos. Numa questão de dias, duas grandes bolsas do país entraram em colapso deixando os investidores com perdas de milhares de milhões de dólares.


Este sábado, a Vebitcoin interrompeu as suas operações citando a deterioração das condições financeiras, e o seu CEO, Ilker Bas, e três outros funcionários foram detidos, segundo a Demiroren News Agency. A Bloomberg adianta que o Conselho de Investigação de Crimes Financeiros bloqueou as contas da Vebitcoin e abriu uma investigação.


A Vebitcoin é a quarta maior bolsa da Turquia, com um volume diário de cerca de 60 milhões de dólares, de acordo com a CoinGecko.com, que rastreia dados sobre preço, volume e valor de mercado de criptomoedas. Mais de metade desse volume está ligado à Bitcoin, que caiu 19% esta semana.


O colapso da Vebitcoin acontece poucos dias depois de a Thodex ter suspendido as operações e o seu fundador de 27 anos ter fugido do país. A Thodex tinha cerca de 390 mil utilizadores, de acordo com um advogado das vítimas citado pela Bloomberg. O jornal turco Haberturk avança que as perdas podem chegar a 2 mil milhões de dólares.


As duas bolsas faziam parte do movimento de expansão das criptomoedas que atraiu uma legião de turcos, com o objectivo de protegerem as suas poupanças da inflação elevada e de uma moeda instável. A inflação atingiu 16,2% em março, mais de três vezes a meta do banco central, e a lira desceu mais de 10% em relação ao dólar este ano – o seu nono ano consecutivo de perdas.


De acordo com os dados da CoinGecko.com, o volume diário de negociações nos mercados turcos de criptomoedas chegou perto dos 2 mil milhões de dólares na sexta-feira, fazendo soar ainda mais alarmes junto das autoridades. O Banco Central da Turquia já proibiu as criptomoedas como forma de pagamento a partir de 30 de abril, e o país proibiu as instituições de pagamento e de dinheiro eletrónico de mediar transferências de dinheiro para plataformas de criptomoedas.


Numa entrevista na sexta-feira, o líder do banco central, Sahap Kavcioglu, garantiu que será imposta ainda mais regulação. "Estamos a trabalhar na regulação ao nível das criptomoeda", disse, apontando que "há saídas de dinheiro perturbadoras para fora da Turquia através de criptomoedas."


por Rita Faria afaria@negocios.pt

https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/cambios/detalhe/turquia-ve-colapsar-segunda-bolsa-de-criptomoedas-em-poucos-dias#loadComments

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...