Interesse do Novo Banco no EuroBic está a gerar mal-estar, num momento em que o Governo está a pedir à banca que suba o valor do financiamento ao Fundo de Resolução, para financiar o banco.
Aveiro, 05/11/2020 - Portugal que faz. António Ramalho, CEO do NOVO BANCO (Maria João Gala /Global Imagens) © Maria João Gala /Global Imagens
O interesse do Novo Banco no EuroBic, numa altura em que o o Governo está a negociar com o setor um financiamento ao Fundo de Resolução para injetar no banco liderado por António Ramalho, está a causar desconforto na Banca, noticiou o Jornal de Negócios.
O banco foi um dos cinco concorrentes que levantaram o caderno de encargos para a compra do EuroBic, cujo prazo terminou a 9 de março, segundo o Jornal de Negócios. O banco fechou as contas do ano passado com prejuízos de mais de mil milhões de euros - mais um ano de resultados negativos - e pediu mais 600 milhões de euros ao Fundo de Resolução, acima do valor inicialmente previsto.
A Lone Star - a dona do Novo Banco - tinha revelado interesse na compra do EuroBic, para uma fusão com o Novo Banco, mas o levantamento do caderno de encargos acabou por ser feita pelo banco, com vista a crescer no mercado nacional, após o final deste ano - altura em que o banco ainda está sujeito às obrigações de reestruturação -, segundo o Jornal de Negócios. As ofertas vinculativas para a compra do EuroBic deverão ser apresentadas em junho.
O Novo Banco não confirma nem desmente o interesse no EuroBic e o mal-estar que a decisão está a provocar no setor. "Após terminar o seu processo de reestruturação, o Novo Banco irá concentrar-se no apoio da economia portuguesa (recorde-se que, hoje mesmo, anunciou a conclusão da venda da sua operação em Espanha) e no apoio muito especial às empresas portuguesas", refere fonte oficial.
Mas a decisão do Novo Banco relativamente ao EuroBic "cria mal-estar" e gera "perplexidade", referem ao diário da Cofina fontes do setor financeiro. "É bom que se perceba que o Fundo de Resolução são os bancos", refere uma outra fonte. "O Fundo de Resolução anda a fazer dotações para capitalizar o Novo Banco e este vai comprar bancos", resume outra fonte.
O BCP "vai analisar com a devida atenção o eventual financiamento ao Fundo de Resolução", não comentando o interesse do Novo Banco no EuroBic. O Santander Portugal olha "com estupefação" o levantamento do caderno de encargos, num momento de reestruturação do banco. A CGD "entende não dever fazer comentários sobre essa matéria".
O Novo Banco não confirma nem desmente o interesse no EuroBic e o mal-estar que a corrida ao banco está a provocar no setor bancário. No entanto, adianta que, "após terminar o seu processo de reestruturação, o Novo Banco irá concentrar-se no apoio da economia portuguesa (recorde-se que, hoje mesmo, anunciou a conclusão da venda da sua operação em Espanha) e no apoio muito especial às empresas portuguesas".
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