Avançar para o conteúdo principal

As hormonas que regulam o peso. Saiba quais são e o que pode fazer para as dominar e controlar


 Existem nove hormonas que nos estimulam a procurar comida e 14 que nos dizem para parar de comer. Apesar de este rácio jogar a favor da elegância, podem ocorrer distúrbios que a afetam. As explicações de Teresa Branco, fisiologista.

As hormonas que regulam o peso. Saiba quais são e o que pode fazer para as dominar e controlar

Anda a tentar perder peso mas tem sido difícil? Apesar de existirem nove hormonas que nos estimulam a procurar comida, são mais, 14, as que nos dizem para parar de comer. Se é assim, por que razão é que não somos, à partida, todos magros? A explicação é simples! Embora este rácio devesse jogar a favor da elegância, a verdade é que podem ocorrer distúrbios que a afetam. Existem, felizmente, estratégias para reverter a situação, apontadas por Teresa Branco.


Esta fisiologista na gestão do peso, que já acompanhou figuras públicas como o ator e apresentador de televisão Pedro Teixeira e a apresentadora de televisão Catarina Furtado, que ajudou a recuperar a forma depois da primeira gravidez, explica, de seguida, a influência das hormonas no processo, tal como também fez quando supervisionou os concorrentes do reality show "Peso pesado", a versão portuguesa do popular programa de televisão "O peso certo".



A hormona da fome

Chama-se grelina e é produzida principalmente pelo estômago. Esta hormona estimula o apetite enviando impulsos químicos ao cérebro que o corpo não consegue ignorar. Como explica Teresa Branco, fisiologista na gestão do peso, "à medida que o estômago vai ficando vazio, a sua concentração no sangue aumenta, atingindo o máximo após a total metabolização da última refeição". É por essa razão que muitas dietas que nos fazem passar fome não resultam.


4 passos para dominar a hormona da fome. Estas são as recomendações de Teresa Branco:


- Opte por alimentos mais proteicos e gordos, como o queijo flamengo por exemplo, que diminuem a produção de grelina e favorecem uma maior saciedade.



- Controle o stresse. Quanto maior for a ansiedade, maior parece ser a produção de grelina. A prática de exercício físico é uma das melhores estratégias.


- Não passe mais de três horas sem comer. Quanto maior é o intervalo entre asrefeições, maior é a produção de grelina.


- Prepare lanches saudáveis de emergência para quando surgir uma fome incontrolável, nomeadamente um punhado de nozes, pedaços de fruta ou tiras de cenoura.


A hormona da saciedade

É outro dos fatores determinantes na perda de peso. Conhecida como a hormona da saciedade, a leptina é produzida pela gordura armazenada no nosso corpo. "Em caso de obesidade, o cérebro torna-se resistente a esta hormona, não recebendo sinais de saciedade", sublinha a especialista, diretora do Instituto Prof. Teresa Branco. "Ao perder peso, as células tornam-se mais sensíveis a esta hormona, reagindo melhor aos seus sinais", explica ainda Teresa Branco.


Quer sentir-se mais saciado? Estas são as estratégias que deve adotar:


- Evite passar muitas horas sem comer. A concentração de leptina tende a diminuir quando há um jejum prolongado.


- Modere a intensidade do exercício físico. Quanto mais intenso for o treino, menor será a concentração de leptina.


- Aposte numa alimentação variada rica em proteína, gordura e hidratos de carbono. Estes nutrientes favorecem o aumento da produção de leptina.


A hormona da energia

A insulina é produzida pelo pâncreas e regula os níveis de glicose (açúcar) no sangue, a principal fonte de energia do organismo. "A sua produção oscila de acordo com o nível de açúcar no sangue, que é mais elevado quando se come e diminui à medida que os alimentos são processados", refere Teresa Branco.


"No entanto, quando a dieta é muito rica em hidratos de carbono o aumento da glicose pode gerar uma produção excessiva de insulina. Esta situação provoca o aumento de peso e pode levar o organismo a desenvolver uma resistência à insulina e, por consequência, diabetes tipo 2", acrescenta a especialista.


Como manter a insulina sob controlo. A especialista aconselha os seguintes gestos para proteger a sua saúde:


- Faça exercício físico. Promove uma diminuição da resistência à insulina, levando à diminuição da glicose e da insulina no sangue.


- Controle os hidratos de carbono. Reduzir a sua ingestão faz diminuir a concentração de glicose e de insulina no sangue.


A hormona do metabolismo

Produzida na tiroide, a tiroxina interfere na regulacao de funções vitais como a temperatura corporal, o transito intestinal, o peso, a performance muscular, as variações de humor e a regulação da frequencia cardíaca e da pressão arterial. São vários os sinais de alarme a ter em conta. O hipotiroidismo e o hipertiroidismo são consequência da falta ou excesso de hormonas tiroideias (das quais faz parte a tiroxina), respetivamente.


"No primeiro caso, surgem sintomas como aumento de peso, fadiga, sonolência, tendência depressiva, frequência cardíaca mais lenta, pele seca e sensação de frio", refere João Jácome de Castro, endocrinologista. "No segundo, pode-se sentir tremores, instabilidade emocional, aumento de apetite, perda de peso e aumento da frequência intestinal", acrescenta. "É muito fácil de tratar, basta estar atento aos sinais e procurar ajuda médica", sublinha, contudo.



O que pode fazer. Os conselhos do especialista:


- Largue o tabaco. "Deixar de fumar e controlar os níveis de stresse pode contribuir para a prevenção de doenças da tiroide", indica João Jácome de Castro.


- Consumir alimentos ricos em iodo, como algas ou sal iodado, ou ingeri-lo em suplementos alimentares. "O iodo funciona para a tiroide como a gasolina para os automóveis. A tiroxina, aliás, é produzida a partir de iodo. Quando os seus valores estão em baixo, a tiroide começa a funcionar mal e surge o hipotiriodismo. Quando estão em excesso, podem provocar um surto de hipertiroidismo", explica.


Texto: Nelma Viana, Rita Miguel e Vanda Oliveira com João Jácome de Castro (médico endocrinologista), Luís Romariz (médico especialista em medicina antiaging), Ricardo Gusmão (psiquiatra), Mário Sousa (médico ginecologista), Teresa Branco (fisiologista na gestão do peso) e Teresa Paiva (neurologista)


https://lifestyle.sapo.pt/saude/peso-e-nutricao/artigos/as-hormonas-que-regulam-o-peso

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...