Depois de assistirmos à animação 3D sobre o circo de Olisipo, os nossos passeios (verdadeiros) pelo Rossio nunca mais serão iguais. É que, debaixo da calçada portuguesa da Praça D. Pedro IV, estão escondidos os vestígios arqueológicos do que foi, há quase dois mil anos, um local de lazer, onde decorriam corridas de bigas e quadrigas ou lutas de gladiadores.
Esta e outras descobertas (cerca de 400 sítios arqueológicos), que nos transportam para os tempos da ocupação romana e abrem o apetite para novas formas de ver a cidade, estão no site Lisboa Romana, no qual se reúne todo o património arqueológico relacionado com aquele tempo, em Lisboa e respetiva área metropolitana, a Felicitas Iulia Olisipo. “O projeto abrange 19 municípios que, pela primeira vez, trabalham em rede na divulgação e partilha de conhecimentos. Contamos ainda com a participação de 250 investigadores, cinco universidades, seis empresas de arqueologia, num trabalho que começou a ser feito em 2017 e que se há de prolongar até 2024 e estender pelo território nacional”, conta a gestora do projeto, Inês Viegas, da Câmara Municipal de Lisboa.
Veja aqui alguns achados arqueológicos da necrópole noroeste da Felicitas Iulia Olisipo, situada debaixo da Praça da Figueira
Dinâmico e fácil de explorar, o Lisboa Romana é como uma caixinha de surpresas, com vários níveis de leitura e de conhecimento sobre este período da História e à medida de cada utilizador. Recheado de fotografias, recriações 3D, animações, textos e depoimentos de especialistas, o site tem uma linguagem acessível – as expressões e palavras em latim estão destacadas a azul, e basta passar o cursor para que apareça a explicação – e ferramentas de pesquisa que facilitam a navegação. Por exemplo, a barra cronológica permite escolher um determinado período de tempo, entre o século VII a.C. e VII d.C., e áreas como a de Histórias e Personagens são dedicadas a conteúdos específicos, neste caso a acontecimentos e a personalidades.
A ideia é que o Lisboa Romana funcione ainda como um guia. Ao clicar no ícone Percursos, ficam disponíveis 15 circuitos locais e intermunicipais, com indicações que permitem explorar in situ o que resta da Felicitas Iulia Olisipo, mas também é possível personalizá-los. O lançamento da app, previsto para este mês, promete facilitar este regresso ao passado, quando o garum (molho de peixe que se preparava e exportava junto ao Tejo) era uma iguaria e havia gladiadores na Baixa lisboeta.
Lisboa Romana > lisboaromana.pt
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