Avançar para o conteúdo principal

Portugueses, alemães e taiwaneses juntos num investimento de 8,4 milhões em Vouzela


 As portuguesas Rodi (maior fábrica de rodas da Europa), Miranda & Irmão e Ciclo Fapril juntaram forças com a alemã Bike Ahead composites e a Art Collection, de Taiwan, para produzir em massa quadros para bicicletas em fibra de carbono para a Europa, a partir de Vouzela.


Num investimento inicial de 8,4 milhões de euros, a fábrica da Carbon Team entrou recentemente em operação, prevendo gerar, em ano cruzeiro, vendas de 15 a 20 milhões de euros.


Com uma área produtiva de cerca de nove mil metros quadrados, "a fábrica tem capacidade para a produção de 25 mil quadros de carbono por ano, um nível muito alto de automação da produção e espera contar com 120 funcionários quando se encontrar totalmente operacional ou em plena laboração", adianta a Câmara de Vouzela, em comunicado.


"Atingir essa capacidade até 2024 e, se necessário, expandir a nova fábrica em mais sete mil metros quadrados", avança Emre Ozgunes, diretor geral da Carbon Team, explicando que "o primeiro quadro de bicicleta da nova empresa "foi projetado pela Art Collection e produzido em conjunto com a Bike Ahead na Alemanha".


"Este quadro MTB HT de 800 gramas (tamanho M), com uma aparência fantástica, é 100% monocoque e não requer colagem. A estrutura já passou nos rigorosos testes de laboratório na Alemanha e é certificada", realçou o mesmo gestor,


"A Carbon Team usa fibra de carbono prepreg e um processo de autoclave para obter o melhor resultado em termos de propriedades mecânicas em combinação com o design. Graças à implementação da Indústria 4.0 com um alto nível de digitalização, podemos alcançar 100% de rastreabilidade do processo de produção", garante Emre Ozgunes.


"O nosso procedimento operacional padrão para o quadro de cauda rígida teve início neste primeiro trimestre de 2021. Estivemos em contato com vários pedidos de montadores de bicicletas que desejam usar o nosso quadro para o lançamento de seus produtos. Ao mesmo tempo, já estamos a desenvolver projetos de quadro de bicicleta em fibra de carbono para nossos futuros clientes", revela o diretor geral da Carbon Team.


"Estamos muito otimistas quanto ao futuro deste projeto. A Carbon Team preenche uma importante lacuna na cadeia de abastecimento na Europa e pode tornar-se um ator chave para a indústria como fornecedora de peças de fibra de carbono para bicicletas", conclui Ozgunes.


Carbon Team preenche "uma importante lacuna na cadeia de abastecimento na Europa"


Já o presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, destaca que a autarquia e a Carbon Team "têm trabalhado em conjunto de forma a conseguirmos ser uma referência do que há de melhor neste setor, não só em Portugal mas também no mundo".


"Quando, no seio da Abimota [associação do setor], lançamos o programa Portugal Bike Value, o objetivo principal era reposicionar o mercado nacional das duas rodas, projetá-lo no estrangeiro e captar novos investimentos para Portugal. Vermos nascer um projeto como este é, antes da mais, motivo de orgulho para a Abimota e para todo o setor da mobilidade suave portuguesa, que vê o seu trabalho e a qualidade da nossa indústria e serem reconhecidos" afirma Gil Nadais, secretário-geral da associação.


"Cumprimos os objetivos do Portugal Bike Value e contribuímos também para um ambiente mais saudável, pois ao acolhermos esta fábrica, estamos a criar cadeias de distribuição mais curtas e dessa forma a reduzirmos drasticamente a pegada ambiental do produto", garante o mesmo dirigente associativo.


Para Gil Nadais, a Carbon Team "vem preencher uma importante lacuna na cadeia de abastecimento na Europa, tornando-se, certamente, um ator chave para a indústria na área do fornecimento de peças de fibra de carbono para bicicletas".


https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/portugueses-alemaes-e-taiwaneses-juntos-num-investimento-de-84-milhoes-em-vouzela

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...