Agravamento poderá chegar aos 71 euros anuais, estima estudo do Payper.pt, ou seja, quase seis euros face à fatura média mensal das famílias em 2020. Dados não têm em conta o efeito do confinamento. Só esse deverá acarretar um aumento de 13,5% na despesa energética dos portugueses
Agravamento poderá chegar aos 71 euros anuais, estima estudo do Payper.pt, ou seja, quase seis euros face à fatura média mensal das famílias em 2020. Dados não têm em conta o efeito do confinamento. Só esse deverá acarretar um aumento de 13,5% na despesa energética dos portugueses
A maioria das famílias com contratos de eletricidade em vigor viram os seus preços aumentar no início do ano, apesar de, no mercado regulado, as tarifas terem descido 0,6%, de acordo com o estabelecido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. O Payper.pt, aplicação gratuita de comparação de tarifários, fez um estudo aos preços no mercado e concluiu que houve "aumentos significativos" em janeiro, comparativamente a dezembro, e que, em alguns casos, "chegam até aos 7,2%. Nos novos contratos, a tendência "é de descida".
O estudo, realizado com base num algoritmo de inteligência artificial aplicado a mais de seis mil faturas submetidas na plataforma Payper.pt desde o início do ano, conclui que Energia Simples, AlfaEnergia, Endesa e EDP Comercial são os comercializadores com maiores agravamentos de preço, e que vão dos 11,1% no termo fixo e de 5,4% no termo variável da Energia Simples aos 5,1% no termo fixo e de 3,8% no termo variável da EDP Comercial. A LuzBoa e a Galp são os únicos dois comercializadores cujo preço médio do termo variável da energia desce - 2% e 2,5% respetivamente -, mas que aumentam o termo fixo em 6,9% e 6% cada uma.
Recorde-se que uma fatura de eletricidade é composta por várias componentes. O termo variável é aquele que corresponde, efetivamente, à energia consumida, enquanto que o termo fixo é o valor mensal a pagar em função da potência contratada, e no qual se inclui a tarifa de acesso às redes, definida, anualmente pela ERSE, e que é igual para todos os consumidores, quer estejam no mercado livre quer no mercado regulado.
E apesar de as tarifas de acesso às redes em 2021 terem um impacto de 3,6% nos preços dos clientes domésticos no mercado liberalizado, a ERSE estabeleceu que a tarifa em mercado regulado, que inclui esta parcela das redes, iria descer, este ano, 0,6%, em virtude dos "prçeos historicamente baixos" do mercado grossista de eletricidade, uma tendência que o regiulador esperava que fosse seguida pelos vários comercializadores.
"Neste contexto, seria espectável um efeito final de redução nas faturas pagas pelos consumidores, redução que este estudo vem revelar não estar a ser aplicado pelos comercializadores à maioria dos contratos existentes", destaca a Pay.per.pt. A empresa sublinha que, atendendo a que a despesa média anual de eletricidade de uma habitação em Portugal foi de 846,36 euros em 2020, estes aumentos "podem por si só se refletir num custo adicional de até 71 euros para os clientes que não alterem o seu tarifário".
O Payper.pt parte do exemplo de um consumidor com um ciclo horário simples e uma potência contratada 5.75 kVA para concluir que a Endesa é o comercializador com os preços mais elevados - 0,1551 euros de preço médio por KWH e 0,4603 euros/dia de preço médio da potência contratada - e que a Muon, com 0,1312 euros por KWH e 0,2722 euros/dia de termo fixo, é o que pratica valores mais baixos.
Confinamento potencia consumo
Adicionalmente, face à atual situação de confinamento devida ao agravamento da pandemia de Covid-19 em Portugal, o estudo prevê que irão continuar a alterar-se, de forma significativa, os padrões de consumo de eletricidade dos portugueses. E, por isso, a Payper.pt prevê que o consumo de eletricidade das famílias suba, em média, 23% nos meses de janeiro a março de 2021, comparativamente ao período homólogo, devido ao número significativo de pessoas em teletrabalho, em confinamento, em telescola ou abrangidos por programas de lay-off.
"A persistir a atual situação de confinamento, e tendo em conta a descida do IVA para os primeiros 100 kWh consumidos aplicada em 2021, a despesa média mensal paga por habitação, que em 2020 ascendeu a 70,55 euros por mês, poderá subir 13,5%, para os 80 euros mensais em 2021", conclui.
A empresa recomenda, por isso, aos consumidores que se mantenham atentos às faturas de eletricidade e que "procurem novos comercializadores com tarifários mais vantajosos".
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