Avançar para o conteúdo principal

Todos contra o Governo nas novas regras para drones

"é uma proposta redundante, trapalhona, que torna mais restritivo operar um drones do que um Cessna."

"os problemas de segurança do uso destas aeronaves não tripuladas “não se resolvem com excesso de legislação mas com equipamentos capazes de impedir o sobrevoo” de zonas mais sensíveis como as envolventes aos aeroportos,"

"é “desalinhada com o futuro, restritiva e desproporcional, sustentada em justificações securitárias” diz Joel Sá do PSD."

"é uma nova lei quando ainda falta regulamentar a anterior"

"remete para normas de 1958 sobre a captação de imagens do espaço aéreo que consideram esse acto um crime"


Partidos apontam falhas jurídicas à proposta de lei sobre as aeronaves não tripuladas e pedem que se regulamente primeiro a lei do ano passado.

Só a descida sem votação consegue salvar a proposta de lei do Governo para regulamentar a operação de drones no espaço aéreo nacional depois de um debate demolidor para o diploma, em que todos os partidos criticaram o texto e até o PS admitiu de imediato a possibilidade de lhe fazer melhorias. Entre as críticas estão a falta de consulta a entidades que deviam ter dado parecer, a excessiva restrição à operação com aqueles aparelhos e a falta de regulamentação da legislação que já existe sobre o assunto.

As novas regras que o Governo quer instituir permitem a operação de drones apenas a maiores de 16 anos, e só durante o dia, exigem o registo de todos os aparelhos, prevêem a fiscalização do consumo de álcool e estupefacientes dos utilizadores e definem os locais de uso livre, condicionado e proibido dos aparelhos.

Depois de o ministro da Administração Interna ter argumentado que o uso de drones é uma área de grande potencial para a ciência e indústria nacionais mas também para a promoção turística, o lazer e até a cinematografia, o centrista Hélder Amaral desfiou um rol de falhas sobre o texto do Governo, incluindo as reservas da ANAC – Autoridade Nacional de Aviação Civil. “O que nos traz aqui é uma proposta redundante, trapalhona, que torna mais restritivo operar drones do que andar com um Cessna a passear pelo país.” Por exemplo, para operar um drone é obrigatório o registo de autorização, mas se for para uma operação cinematográfica basta comunicar 48 horas.

O social-democrata Joel Sá classificou a proposta de lei como uma “aberração jurídica” que só vai criar problemas e avisou que os problemas de segurança do uso destas aeronaves não tripuladas “não se resolvem com excesso de legislação mas com equipamentos capazes de impedir o sobrevoo” de zonas mais sensíveis como as envolventes aos aeroportos. “Três anos para isto”, perguntou o deputado depois de considerar que a proposta do Governo é “desalinhada com o futuro, restritiva e desproporcional, sustentada em justificações securitárias”.

O comunista Jorge Machado disse não perceber qual a utilidade desta nova lei quando ainda falta regulamentar legislação já existente – sobre a obrigação de registo e o seguro de responsabilidade civil - e ironizou sobre a “cereja no topo do bolo” que é o facto de remeter para normas de 1958 sobre a captação de imagens do espaço aéreo que consideram esse acto um crime.

Tal como os outros partidos, o bloquista Heitor de Sousa

https://www.publico.pt/2019/02/14/politica/noticia/governo-novas-regras-drones-1862019#gs.pcFbiZEG

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...