Avançar para o conteúdo principal

Relatório secreto entregue ao Governo alerta que ADSE pode estar em risco em 2021

A ADSE pode estar em risco já a partir de 2021, segundo um relatório secreto entregue ao Governo divulgado pelo Diário de Notícias.

É preciso tomar medidas “urgentes” para que o sistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE) continue a existir até, pelo menos, 2023. A conclusão é de um estudo elaborado pelo Conselho Geral e de Supervisão da ADSE que foi entregue ao Governo em dezembro de 2018, para o qual ainda não há resposta.

O relatório indica que em 2021 os custos com a saúde sejam praticamente iguais às receitas. Assim, com o atual nível de financiamento, a ADSE não vai conseguir enfrentar aumentos anuais da despesa de 9,6% e de 5,8%.

Entre 2014 e 2018, a ADSE perdeu um total de 81,5 mil utentes. Por ano, entram oito mil funcionários na administração pública, o que é insuficiente para assegurar a perda da receita.

As despesas da ADSE vão aumentar mais de 60 milhões nos próximos anos: dos 550 milhões verificados em 2018 para uns estimados 612,5 milhões em 2023.

Com o envelhecimento dos beneficiários, também aumenta o número de utentes com mais de 70 anos: mais 93 mil até 2023. Esta situação é mitigada em parte, pela saída de beneficiários indiretos (como filhos de funcionários públicos) que deixam de ter acesso à ADSE quando atingem os 26 anos.

O estudo sugere que a ADSE seja alargada a 100 mil trabalhadores da administração pública que têm contratos individuais. Paralelamente, a ADSE deve adotar rapidamente instrumentos de controlo de despesa e dos “consumos excessivos promovidos por prestadores e mesmo a fraude”, como hospitais privados e clínicas privadas.

O estudo propõe também que a ADSE seja alargada a trabalhadores da área da saúde.

O estudo mostra que em 2017 foram realizadas quase três milhões de consultas no regime convencionado aos privados que custaram quase 44 milhóes de euros, um número que dá uma média de 4,5 consultas por beneficiário, “um padrão de consumo normal e aceitável”.

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/relatorio-secreto-entregue-ao-governo-alerta-que-adse-pode-estar-em-risco-em-2021-418061

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...

Os professores

 As últimas semanas têm sido agitadas nas escolas do ensino público, fruto das diversas greves desencadeadas por uma percentagem bastante elevada da classe de docentes. Várias têm sido as causas da contestação, nomeadamente o congelamento do tempo de serviço, o sistema de quotas para progressão na carreira e a baixa remuneração, mas há uma que é particularmente grave e sintomática da descredibilização do ensino pelo qual o Estado é o primeiro responsável, e que tem a ver com a gradual falta de autoridade dos professores. A minha geração cresceu a ter no professor uma referência, respeitando-o e temendo-o, consciente de que os nossos deslizes, tanto ao nível do estudo como do comportamento, teriam consequências bem gravosas na nossa progressão nos anos escolares. Hoje, os alunos, numa maioria demasiado considerável, não evidenciam qualquer tipo de respeito e deferência pelo seu professor e não acatam a sua autoridade, enfrentando-o sem nenhum receio. Esta realidade é uma das princip...