Avançar para o conteúdo principal

Sistema de visão de baixo consumo energético para Inteligência Artificial de próxima geração


 Equipa de universidade de Hong Kong desenvolveu um sistema de visão artificial que consome pouca energia, tem um bom desempenho a processar dados e que pode alimentar a próxima geração de Inteligência Artificial


O professor Johnny Chung-yin Ho lidera a equipa da City University Hong Kong (CityU) que publicou um estudo sobre sistemas de visão artificial que conseguem um bom desempenho em tarefas cognitivas que usam dados intensivamente, ao mesmo tempo que estabelece um recorde de baixo consumo energético. A conjugação destas duas características torna o sistema ideal para poder alimentar a próxima geração de sistemas de Inteligência Artificial.


Numa altura em que as tecnologias de semicondutores estão a mostrar sinais de estagnação, a intenção desta equipa é propor uma solução neuromórfica, ou seja, onde o sistema artificial replica o funcionamento do cérebro humano e atua de forma ágil e energeticamente eficiente. O professor Ho explica que a “emulação efetiva da neuroplasticidade do cérebro – a capacidade de mudar as ligações neuronais – em sinapses artificiais com um consumo ultra-baixo ainda é desafiante”, cita o Eureka Alert.


A solução encontrada pela equipa passa pela introdução de gases de eletrões quasi-bi-dimensionais (quasi-2DEGs, da sigla inglesa) em sistemas artificiais neuromórficos artificiais. Os investigadores conseguiram, com o uso deste semicondutor com propriedades elétricas intrigantes, desenvolver aparelhos que consumiram 0,7fj (femtojoule) por evento sináptico, um registo 93% inferior ao consumo energético feito num cérebro humano para um processo equivalente. “As experiências mostram que o sistema visual artificial baseado em sinapses fotónicas consegue desempenhar funções de deteção de luz, de processamento como o cérebro e de memória com um consumo energético ultra-baixo”, refere o académico.


A sinapse artificial quasi-2DEGs tem capacidade para detetar eficazmente um estímulo padronizado de luz e reter na ‘memória’ a forma desse estímulo durante uma hora, um pouco à semelhança do que acontece no cérebro. Os cientistas complementam a forma como projetaram as sinapses fotónicas e o sistema visual artificial não requerem equipamento complexo e podem ser feitos em plástico flexível, de forma a escalar volumes de produção e com custos baixos.


Todas estas características colocam esta descoberta com um elevado potencial de utilização para alimentar sistemas de IA de próxima geração.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/ciencia-ei/2020-12-14-sistema-de-visao-de-baixo-consumo-energetico-para-inteligencia-artificial-de-proxima-geracao/

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di