Avançar para o conteúdo principal

China abre aos cientistas internacionais a possibilidade de trabalharem no maior radiotelescópio do mundo


Bem recentemente o mundo cientifico foi abalado com a triste notícia do colapso do histórico Observatório de Arecibo em Porto Rico. Agora a boa notícia é que a China está a dar possibilidade aos cientistas internacionais de poderem trabalhar e continuar, no maior e mais recente radiotelescópio do mundo, alguns dos estudos que estavam em curso em Arecibo.

Instalado em Pingtang, província de Guizhou, o FAST - Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope (Telescópio de abertura esférica de quinhentos metros) - , este enorme radiotelescópio começou a ser construído em 2016 e é atualmente o maior do mundo, ultrapassando o desativado Observatório de Arecibo, que se manteve como o maior do mundo por 53 anos.

Após duas ruturas nos cabos de sustentação do núcleo central e instrumento fundamental para o funcionamento, o radiotelescópio de Arecibo colapsou no passado dia 1 de dezembro, encerrando para sempre a possibilidade das actividades astronómicas do observatório. 


Créditos: National Science Foundation

Agora, a China com o seu enorme radiotelescópio FAST abre uma nova oportunidade à ciência e a astrónomos de todo o mundo.
Media player poster frame
00:00
39:46:46
 

"O nosso comité científico visa tornar o FAST cada vez mais aberto à comunidade internacional ", disse Wang Qiming, inspetor-chefe do centro de operações e desenvolvimento da FAST, à agência de notícias France Press (AFP), durante uma visita ao telescópio.

A China disse ainda à AFP que aceitará pedidos neste próximo ano (2021) de cientistas estrangeiros que desejem usar o instrumento nas suas pesquisas.

Meio quilómetro a escutar e a poder falar para o espaço
Com um enorme prato de 500 metros de diâmetro, o FAST não só é o maior radiotelescópio do mundo, como também é três vezes mais sensível do que o extinto telescópio de Arecibo

O FAST começou a operar em pleno em janeiro deste ano, e é rodeado por uma zona de "silêncio de rádio" de cinco quilómetros no qual telemóveis e computadores não são permitidos.

"Inspiramo-nos muito na estrutura [de Arecibo], que gradualmente aprimoramos para construir o nosso telescópio", revela o inspetor-chefe do centro de operações e desenvolvimento da FAST .

Especialistas e académicos visitam o rádiotelescópio chinês FAST na província de Guizhou, sudoeste da China, em 11 de janeiro de 2020. (Xinhua / Ou Dongqu)

Radiotelescópios como o FAST usam antenas e receptores de rádio para detectar ondas de rádio de fontes de rádio no cosmos, como estrelas, galáxias e buracos negros. Estes instrumentos também podem ser usados para enviar sinais de rádio e até mesmo refletir a luz de rádio de objetos no sistema solar, como por exemplo planetas.
Os investigadores e astrónomos que vão usar o FAST, não só podem explorar o universo, mas também estudar exoplanetas, determinando se estes estão ou não na designada "zona de habitabilidade", uma região nem muito quente, nem muito fria, na órbita da(s) estrela(s) hospedeira(s), bem como procurar vestígios de vida estraterrestre.
Uma busca de sinais extraterrestres teve o seu inicio no ano de 1974. O radiotelescópio de Arecibo, através do programa SETI, foi o emissor de uma mensagem de rádio interestelar para o aglomerado globular M13, na esperança de receber a confirmação de vida extraterrestre inteligente.

Uma mensagem cujo o co-autor foi o astrónomo e comunicador científico Carl Sagan, popularizando desta forma Arecibo e a radioastronomia em geral. 


https://www.rtp.pt/noticias/mundo/china-abre-aos-cientistas-internacionais-a-possibilidade-de-trabalharem-no-maior-radiotelescopio-do-mundo_n1283845

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Bolsas europeias recuperam com Trump a adiar para 9 de julho aplicação de direitos aduaneiros de 50% à UE

Futuros das ações subiram depois de o presidente dos EUA ter concordado em adiar a imposição de tarifas de 50% sobre a União Europeia, mas o dólar americano manteve-se sob pressão devido à diminuição da confiança dos investidores, o que levou o euro a atingir um máximo de um mês. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no domingo que tinha concordado em adiar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações da UE para 9 de julho, na sequência de um telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O anúncio provocou uma forte recuperação nos futuros das ações dos EUA e deverá impulsionar as ações europeias na segunda-feira. "Concordei com a prorrogação - 9 de julho de 2025 - Foi um privilégio fazê-lo", publicou Trump no Truth Social, citando a declaração de von der Leyen no X, na qual escreveu: "A UE e os EUA partilham a relação comercial mais importante e estreita do mundo. A Europa está pronta para avançar com as conversações de forma rá...

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...