Ferramentas de ensino online desenvolvidas pela empresa atingiram recordes de utilização nas primeiras semanas do ano – 170 milhões de utilizadores em todo o mundo. Google Classroom e Google Meets com novas funcionalidades para responder aos pedidos de professores, alunos e pais. Vem aí uma ferramenta anti-plágios que vai funcionar em português
“O último ano foi de loucos para a educação, todos tiveram de evoluir nos últimos 12 meses para garantir que os alunos tinham tudo para ter sucesso nos estudos”. Quem o diz é Dean Stokes, que lidera os esforços de adoção de ferramentas Google na área do ensino na Europa, Médio Oriente e África (EMEA), numa apresentação à imprensa na qual a Exame Informática participou. Só no último ano, a Google lançou 50 novas funcionalidades para responder, em tempo real, à crescente procura por ferramentas de ensino online. E como esta é uma realidade que promete continuar com forte procura, a tecnológica anuncia agora mais novidades – incluindo algumas grandes mudanças – para aquelas que são as suas principais ferramentas de ensino digital.
A maior das novidades é a mudança de nome e de estratégia comercial da G Suite For Education, o conjunto de ferramentas de produtividade focadas no ensino online. Daqui em diante, passará a chamar-se Google Workspace for Education (espaço de trabalho para a educação da Google, em tradução livre). O que até aqui era um ecossistema de aplicações – que inclui produção de documentos e videochamadas, entre outros – dividido em dois planos, um gratuito e um pago, passará agora para um total de quatro planos, dos quais três serão pagos. A Google não revelou quais os valores que vai cobrar.
Dean Stokes rejeita a ideia de que esta mudança tenha apenas como objetivo fazer mais dinheiro a partir do ecossistema de educação. “Em muitos casos, isto vai permitir às escolas pouparem dinheiro. É sobre dar flexibilidade às escolas”, respondeu o responsável. A ideia é que aumentando o número de opções pagas, com diferenciação nas funcionalidades, as escolas subscrevam apenas aquelas das quais realmente necessitam – e continua a estar disponível uma versão gratuita. “Se a escola já pagar [pelo G Suite for Education Enterprise], não precisa de fazer nada, a experiência não vai mudar, nem o preço”, esclareceu.
Google Classroom em evolução
Também o Google Classroom, a maior ferramenta dedicada ao ensino digital da empresa – terminou fevereiro com 150 milhões de utilizadores a nível global e, em Portugal, foi mesmo a plataforma mais usada durante o primeiro período de confinamento geral – vai ganhar novas funcionalidades.
Destaque para três. O serviço vai ganhar uma ferramenta de análise anti-plágio. Ou seja, o sistema será capaz de analisar e encontrar referências nos trabalhos dos alunos que já tenham sido publicadas. Esta funcionalidade vai ser suportada em português. O Google Classroom vai também ganhar uma loja de aplicações (add-ons), que integra ferramentas específicas nesta plataforma de aulas online – entre os parceiros iniciais estão a Adobe Spark (criação de conteúdos digitais) e a Kahoot (plataforma de jogos de aprendizagem).
E, no final do ano, vai ainda ganhar uma funcionalidade de “monitorização de interação dos estudantes” (student engagement tracking). Segundo a empresa, esta ferramenta dará aos professores “estatísticas relevantes” sobre aquilo que os alunos estão a fazer. Quando questionado sobre a tipologia das estatísticas, Stoke Dean explica que será composta por elementos como “abriu o trabalho atribuído [pelo professor] e quando foi a última vez que esteve online”. “É o primeiro passo para que seja uma ferramenta valiosa para os professores”, adiantou ainda o responsável na apresentação.
A empresa está a preparar outras novidades que vão chegar apenas no final do ano, como a possibilidade de ter acesso aos conteúdos do Google Classroom em modo offline – mas que apenas vai funcionar em smartphones –, por forma a ajudar os alunos e professores que vivem em zonas com fraca ligação à internet. A aplicação para Android e iOS, também no final do ano, vai ganhar uma funcionalidade de digitalização de documentos, para que seja mais fácil enviar os trabalhos feitos pelos alunos aos professores.
“A equipa vai trabalhar para que o lançamento seja feito o quanto antes”, disse Dean Stoke, a propósito de estas funcionalidades não chegarem em pleno pico de utilização das ferramentas de ensino online.
Para os utilizadores portugueses, destaque também para a chegada de legendas geradas por computador durante as aulas, uma funcionalidade que será acima de tudo útil para alunos com deficiências auditivas.
Por fim, a plataforma de videoconferência Google Meet também vai ganhar algumas novidades, como a atribuição automática do cargo de administrador da chamada aos professores, a possibilidade de apenas entrarem na aula os contactos pré-definidos numa lista e ainda a hipótese de convidar outros professores para participarem na aula. E também vêm aí emoji para que os alunos possam reagir ao que está a ser dito pelos professores e colegas – funcionalidade que será ativada ou desativada segundo a vontade do professor.
Estas e outras novidades estão a ser anunciadas, nesta quarta-feira, no evento global Learning with Google.
Muito bom!!
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