Avançar para o conteúdo principal

Hackers russos do Sandworm tentaram causar novo apagão na Ucrânia



Piratas informáticos associados ao grupo russo Sandworm terão encetado uma tentativa de ataque a infraestruturas elétricas críticas da Ucrânia usando o malware Industroyer pela primeira vez em cinco anos

Os primeiros ataques com o código malicioso Industroyer aconteceram por volta do Natal de 2016, quando piratas tentaram atingir uma estação de eletricidade em Kiev para apagar as luzes de parte da capital ucraniana. Desde então, a ferramenta não foi mais detetada até agora, durante a invasão russa, quando surgem indícios de que o coletivo Sandworm tentou um novo ataque com este código.


Autoridades ucranianas e a empresa eslovaca de cibersegurança ESET revelam ter detetado atividade da Unit 74455 da Sandworm e que estava a tentar atacar subestações ucranianas com o Industroyer 2, uma variante que pode interagir diretamente com o equipamento nas instalações elétricas e enviar comandos para controlar o fluxo de energia. Esta é a terceira tentativa do género detetada pelas autoridades.


A CERT-UA (autoridade ucraniana de resposta a emergências informáticas) revela que a atividade da Sandworm foi detetada na sexta-feira e interrompida a tempo de evitar que qualquer apagão pudesse ser provocado. A manobra de contingência passou também por divergir o fluxo desta estação para outras nove subestações, explica o ArsTechnica. Viktor Zhora, responsável pela agência ucraniana, afirma que “a tentativa de ataque informático não afetou o fornecimento de eletricidade. Foi prontamente detetada e mitigada”. A agência remete mais esclarecimentos para um comunicado a ser divulgado futuramente.


A intrusão no sistema da instalação elétrica já terá acontecido em fevereiro, mas a tentativa de desencadear uma nova fase do ataque só começou na sexta-feira passada. Além da disrupção, o código estava programado ainda para destruir dados presentes nos computadores de diversas formas, tentando atingir sistemas Linux, Solares e Windows. “Tivemos muita sorte em conseguir responder de forma atempada a este ciberataque”, assume Zhora.


Esta variante do malware comporta-se de forma semelhante ao original e foi alterada para também incluir um componente para desabilitar sistemas de proteção que interrompem o fornecimento de eletricidade caso sejam detetadas condições de perigo físico. As parecenças entre as duas ferramentas levam os especialistas a acreditar que os autores de ambas são os mesmos, embora ainda não se conheçam muitos detalhes sobre esta nova versão.


“O facto de que este grupo ainda usa e mantém esta ferramenta e utiliza-a para atacar sistemas de controlo industrial é significativo. Significa que estão a desenvolver ferramentas que lhes permitem interferir em aspetos como eletricidade e energia. Então, são definitivamente uma ameaça para outros países também”, adverte Jean-Ian Boutin, responsável da ESET.


Exame Informática | Hackers russos do Sandworm tentaram causar novo apagão na Ucrânia (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Bruxelas obriga governo a acabar com os descontos no ISP

 Comissão Europeia recomendou o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos O ministro das Finanças garantiu que o Governo está a trabalhar numa solução para o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP), recomendado pela Comissão Europeia, que não encareça os preços dos combustíveis. “Procuraremos momentos de redução dos preços, para poder reverter estes descontos”, afirmou o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que apresentou esta quinta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2026, em Lisboa. O governante apontou que esta questão é colocada pela Comissão Europeia desde 2023, tendo sido “o único reparo” que a instituição fez na avaliação do Programa Orçamental de Médio Prazo, em outubro do ano passado, e numa nova carta recebida em junho, a instar o Governo a acabar com os descontos no ISP. O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, tinha já admitido "ajusta...