Pandemia acelerou necessidade de trabalhadores com elevadas competências nas áreas digitais. Setores económicos vão disputar estes talentos em 2022, num cenário em que a procura é superior à oferta.
Profissionais altamente especializados na área tecnológica constituem a principal lacuna do mercado de trabalho português. Em 2022, a grande maioria dos setores económicos vai intensificar a procura por estes talentos, criando uma dinâmica de incrementos salariais.
A Michael Page, consultora de recrutamento de âmbito internacional, acaba de traçar o quadro das tendências do mercado de trabalho para o próximo ano para quadros executivos em grandes empresas. Setor a setor é percetível que a pandemia trouxe novas necessidades de recrutamento às empresas e obrigou a reforçar o caminho da digitalização dos negócios.
Banking & Financial
Segundo a Michael Page, este setor está focado na atração de colaboradores nas áreas de auditoria, controlo e risco. As empresas de fintech deverão também assumir uma posição relevante na atração de talentos. O setor está apostado em acelerar a digitalização, o que obriga as empresas a procurar profissionais que ofereçam uma combinação de conhecimentos técnicos na área e uma clara orientação para o mundo digital. Na banca de retalho um diretor de agência pode ganhar até 58 mil euros anuais e um analista de risco até 37 mil euros.
Information Technology
É um setor onde se regista um aumento na procura de profissionais estratégicos e especializados, que combinem o conhecimento técnico das Tecnologias de Informação e a experiência/conhecimento de negócio. Segundo a Michael Page, a constante transformação digital traduz-se no aumento da procura de perfis especializados, principalmente nas áreas de cyber security, IoT, cloud, CRM, ERP, machine learning e big data. O pacote salarial é dominante na guerra pelo talento neste setor, mantendo a tendência de incremento. Como referência, um diretor de sistemas de informação pode auferir entre 60 mil euros a 125 mil euros brutos por ano.
Finance
Setor está centrado na procura de perfis financeiros, nomeadamente para funções de controlling, contabilidade e direção financeira, exigindo profissionais cada vez mais polivalentes. O mercado procura perfis avançados com domínio de tecnologias como Excell, ferramentas de Business Intelligence e ERPs, além de capacidade analítica, espírito crítico e orientação à melhoria contínua de processos transversais e competências sociais. As tendências salariais apresentam uma ligeira recuperação. Nas funções de direção, como a de controller financeiro, o salário oscila entre 21 mil a 45 mil euros. Já nas de controlo, um auditor externo pode ganhar até 63 mil euros.
Insurance
Setor tem apresentado crescimentos nas funções de business development e account management, nas áreas de marketing, sobretudo no canal digital. Ao nível de áreas técnicas, mantêm-se a tendência de procura de profissionais em área de risco, auditoria, atuarial e data analytics. Os pacotes salariais têm aumentado em algumas áreas, com remunerações entre 14 mil a 84 mil euros, dependendo do nível de responsabilidade.
Construção
O mercado enfrenta a carência de profissionais devido à redução de estudantes universitários nos últimos anos, principalmente em Engenharia Civil, e aos profissionais que saíram do país. Este desequilíbrio contribui para elevar os níveis salariais do setor. Os perfis mais procurados do lado dos empreiteiros são diretores de obra, encarregados gerais, preparadores de obra e orçamentistas. Nos promotores procuram-se sobretudo gestores de projeto. A remuneração de um diretor-geral pode ascender a 110 mil euros. Já um engenheiro fiscal ou de projeto pode receber 35 mil euros.
Engineering & Manufacturing
O setor industrial está focado no recrutamento de engenheiros de processo, engenheiros de melhoria contínua, supervisores de produção, técnicos de manutenção, gestores de projeto e engenheiros de produto, ligados às áreas de logística e supply chain, onde a procura passou a ser superior à oferta. Como indicação, na indústria, um diretor-geral pode auferir o salário máximo de 170 mil euros, se trabalhar em Lisboa.
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