Avançar para o conteúdo principal

Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940


Franco e os seus generais traçaram um plano: invadir e anexar Portugal.

Apesar das afinidades entre Salazar e Franco, a verdade é que durante a Segunda Guerra Mundial, Franco planeou invadir Portugal.

Em plena Segunda Guerra Mundial, a Península Ibérica mantinha-se neutra, de modo a manter os seus regimes, sem se comprometer. Apesar das afinidades entre Salazar e Franco, a verdade é que este último planeou a invasão do nosso país. Perceba o que foi projetado.

Sabia que Franco planeou invadir Portugal em 1940?

Francisco Franco e os seus generais traçaram um plano que tinha como objetivo invadir e anexar Portugal, isto se Espanha avançasse rumo à Segunda Guerra Mundial.

Esta era uma ideia que Franco equacionava, pois o ditador espanhol desejava construir um império colonial espanhol no norte de África, o que só seria possível com o apoio da Alemanha. Logo, para isso, era necessário entrar na guerra, ao lado da Alemanha.

Assim, afigurava-se como essencial um plano de invasão a Portugal.

 

Franco planeou invadir Portugal
Franco e Adolf Hitler – Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940

As relações entre a Alemanha e Espanha

A Alemanha tinha interesses em Gibraltar, que pertencia aos ingleses, de modo a controlar a passagem entre o Atlântico e o Mediterrâneo.

Como contrapartida, os alemães dariam a Espanha os territórios franceses do Norte de África, facilitando a Franco o tão desejado império. Contudo, a previsível retaliação dos ingleses fez Franco recuar, pois aí abrir-se-iam portas à invasão das Canárias e Portugal serviria de base britânica para os ataques.

O plano de invasão a Portugal

Para evitar que o ataque inglês pudesse afetar, também, Espanha, o plano de Franco para invadir Portugal era bem detalhado. Nele estiveram envolvidos os altos comandos espanhóis.

Em 1939, Portugal e Espanha tinham assinado um Pacto de Amizade e Não-Agressão, pois Salazar havia apoiado Franco durante a Guerra Civil Espanhola. Ainda assim, o regime espanhol concordou com a invasão do país vizinho.

Militarmente, o plano não era complexo, mas da teoria à prática vai uma distância.

 

Franco planeou invadir Portugal
Costa portuguesa – Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940

A conclusão do plano

O objetivo do plano era controlar a extensa costa portuguesa e ficou pronto nos finais de 1940.

O primeiro passo consistia na apresentação de um ultimato a Portugal, ao qual ele não pudesse corresponder. Assim, a invasão de Espanha estaria “legitimada”.

O documento da época dizia: “a delicada situação de Portugal em relação a um conflito internacional em que intervenha a Inglaterra, a escassa potencialidade do país vizinho e, sobretudo, o atrativo das suas costas, pode conduzir a Inglaterra a tentar ocupar as bases navais deste território”. Acrescentando ainda: “decidi preparar a invasão de Portugal, com o objetivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa”.

A invasão espanhola em curso

Estavam lançados os dados para a invasão espanhola do nosso país, com o objetivo de assegurar que Espanha estava mais forte para o confronto com os ingleses.

Assim, a ocupação de Portugal deveria ser rápida e acontecer de forma surpreendente. Depois, seria usada força. Quando a ocupação do nosso país estivesse concluída, bastava proteger a frente atlântica dos ingleses.

Franco planeou invadir Portugal
Exército franquista em 1939 – Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940

Os números do ataque

Para a invasão, estavam destacados: dez divisões de infantaria, uma de cavalaria, quatro regimentos de tanques, oito grupos de exploração de cavalaria e oito regimentos mistos de infantaria. Isto, sem esquecer a aviação espanhola, com cinco grupos de bombardeiros, caças e grupos de assalto.

Uma média de 250 mil homens, aproximadamente o dobro dos portugueses que se encontrariam na fronteira. A superioridade em meios e homens seria uma das vantagens desta invasão que ocorreria de norte a sul do rio Tejo.

 

Franco planeou invadir Portugal
Península Ibérica – Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940

O mapa da invasão

Assim, o exército espanhol viria da Ciudad Rodrigo, seguindo pela Guarda, Celorico da Beira, Coimbra e Lisboa. Um segundo grupo de homens iria pela linha de Elvas, Évora e Setúbal. Assim, seria mais fácil dominar a capital e dividir o país em três regiões.

Para pôr o plano em prática, Franco contava ainda com os bombardeiros alemães, que dariam uma ajuda preciosa, caso houvesse presença aérea luso-inglesa.

Mais uma vez, a estratégia era avançar em massa e depressa, sem permitir a reação por parte do exército português.

 

Franco planeou invadir Portugal
Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940

O plano que não passou do papel

Contudo, este plano da invasão espanhola nunca se realizou, mantendo-se guardado nos arquivos da Fundação Francisco Franco por mais de meio século. Como nenhum dos países ibéricos tomou partido na Segunda Guerra Mundial é uma incógnita o rumo que a história poderia ter tomado, se este plano tivesse avançado.

Teria Portugal ficado sob domínio espanhol? Teria conseguido recuperar a sua independência?…

Certo é que este não era apenas um desejo de Franco. Um dos seus ministros, Serrano Súñer, contactou com Joachim von Ribbentrop, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha nazi, no sentido de partilhar o desejo de Espanha dominar toda a Península Ibérica. Como as suas palavras provam:


“Olhando para o mapa da Europa, e geograficamente falando, Portugal, na realidade, não tinha razão de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência.” 


Quando Franco planeou invadir Portugal em 1940 (ncultura.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Foi aprovado a descida de tarifas na mobilidade elétrica

 A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) desceu as tarifas aplicadas aos comercializadores de eletricidade para mobilidade elétrica e aos operadores de pontos de carregamento em 37,1%, tendo os detentores de pontos de carga uma redução de 61,7%, segundo avançado pela imprensa. Num comunicado, citado pela imprensa, a Mobi.E, Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica (EGME) informou que, a partir do dia 1 de janeiro, a tarifa aplicável aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e aos Operadores de Pontos de carregamento (OPC) vai baixar 37,1%. Por sua vez, os valores a aplicar aos Detentores de Pontos de Carregamento (DPC) "serão reduzidos de forma ainda mais acentuada", em 61,7%. A decisão foi anunciada recentemente pela ERSE. Segundo o comunicado, no próximo ano, "a tarifa EGME a suportar, tanto por CEME como OPC por cada carregamento efetuado na rede nacional de carregamento será de 0,1572 euros, quando, em 2024, o valor ...

Tem ADSE? Reembolsos por consultas vão aumentar em 2025

 Contas da ADSE indicam que estas mudanças têm um valor estimado de “aproximadamente 11,2 milhões de euros anuais”. Tem ADSE? Reembolsos por consultas vão aumentar em 2025 A ADSE avançou com mudanças para dar mais benefícios em 2025, nomeadamente um limite aos custos suportados com cirurgias no regime convencionado, um aumento dos reembolsos pagos pelas consultas no regime livre e a revisão de alguns preços. Segundo um comunicado publicado, esta terça-feira, na página do subsistema de saúde dos funcionários públicos, "estas mudanças refletem o empenho permanente da ADSE I.P. na garantia de acesso a cuidados de saúde mais inovadores, vantajosos e equitativos, mesmo em momentos de maior desafio". A ADSE destaca a redução dos encargos para os beneficiários com estas mudanças, que é "estimado em aproximadamente 11,2 milhões de euros anuais, bem como o aumento médio de 6% nos valores pagos aos prestadores na Tabela do Regime Convencionado". Entre as principais medidas, d...

Governo aprova aumentos salariais para a função pública que fica com base remuneratória nos 878,41 euros em 2025

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, intervém durante o briefing de conclusão após a reunião do Conselho de Ministros, no Campus XXI em Lisboa, 05 de dezembro de 2024, TIAGO PETINGA/LUSA  O Governo aprovou, no Conselho de Ministros desta quarta-feira, os aumentos salariais para a função pública em 2025, que tinham já sido acordados com os sindicatos. O Governo aprovou esta quarta-feira em Conselho de Ministros a atualização salarial para a função pública em 2025. Assim, no âmbito do acordo já concretizado com estruturas sindicais, o salário mínimo na função pública passará para 878,41 euros, face aos 821,83 euros em vigor. Foi ainda aprovado o aumento de, pelo menos, 56,58 euros para vencimentos brutos mensais de até 2.630 euros e de 2,15% para salários superiores. “Um aumento superior ao que estava previsto pelo governo anterior”, salienta António Leitão Amaro, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros. Foi também aprovado o aumento de 5% nas a...