Podem até parecer um saco de peles completamente arruinado, mas têm uns superpoderes completamente bizarros (e que nós invejamos), nomeadamente, a imunidade completa ao cancro.
Além de saberem que sobrevivem quase 20 minutos sem oxigénio e que são resistentes ao cancro e à dor, os cientistas descobriram que estes feios animais também não envelhecem. Ou, por outras palavras, a sua probabilidade de morte não aumenta com o passar dos anos.
O estudo foi publicado na semana passada no jornal eLife.
Pelo contrário em qualquer outra espécie de mamífero, o risco de morte aumenta com a passagem do tempo. No entanto, isso não acontece com os ratos-toupeira-nus – ou Heterocephalus glaber, no seu nome científico -, uma espécie de roedor que vive por baixo dos desertos da África Ocidental.
A mortalidade nestes ratos, geralmente, segue a lei da mortalidade Gompertz-Makeham, uma equação matemática que descreve o aumento da taxa de mortalidade juntamente com o aumento da idade após atingir a idade adulta.
Nos humanos, o risco quase dobra a cada ano a partir dos 30. Mas para estes roedores enrugados, isto funciona de forma totalmente diferente.
“Para mim, estes são os dados mais excitantes a que já tive acesso“, disse Rochelle Buffenstein da Calico, uma companhia independente de biotecnologia de combate ao envelhecimento e doenças associadas detida pela Google. “Vai contra tudo o que sabemos em termos de biologia de mamíferos”.
Buffenstein tem estudado este tipo de ratos por mais de 30 anos e documentou, cuidadosamente, cada morte de cada um dos ratos que esteve ao seu cuidado.
Depois de estudar os registos de 3229 ratos-toupeira-nus, a investigadora descobriu que o risco de mortalidade permaneceu em cerca de um em cada 10.000 para o resto das vidas dos ratos.
Os ratos-toupeira-nus atingem a maturidade sexual aos seis meses de idade. Com base no seu tamanho, a sua esperança média de vida em laboratório é de seis anos. Mas alguns vivem para além dos 30 anos.
“A nossa pesquisa demonstra que estes ratos não envelhecem da mesma forma que outros mamíferos, e, na verdade, mostram entre poucos a nenhuns sinais de envelhecimento. Além disso, o seu risco de envelhecimento não chega a aumentar 25% passado o seu tempo para a maturidade reprodutiva”, disse Buffenstein.
“Estas descobertas reforçam a nossa crença de que os ratos-toupeira-nus são animais excecionais para estudar de forma a compreendermos melhor os mecanismos biológicos da longevidade”.
Não é sabido, por agora, como é que estes roedores são tão bons “a viver”. Um estudo de 2009 propôs, no entanto, várias causas – proteínas estáveis desdobram-se menos do que em modelos de ratos e têm menos oxidação do que a observada noutros mamíferos.
Será necessária mais pesquisa em animais com mais idade para verificar se a tendência se mantém após os 30 anos.
https://zap.aeiou.pt/os-ratos-toupeira-nus-um-superpoder-igualmente-invejavel-189664
Além de saberem que sobrevivem quase 20 minutos sem oxigénio e que são resistentes ao cancro e à dor, os cientistas descobriram que estes feios animais também não envelhecem. Ou, por outras palavras, a sua probabilidade de morte não aumenta com o passar dos anos.
O estudo foi publicado na semana passada no jornal eLife.
Pelo contrário em qualquer outra espécie de mamífero, o risco de morte aumenta com a passagem do tempo. No entanto, isso não acontece com os ratos-toupeira-nus – ou Heterocephalus glaber, no seu nome científico -, uma espécie de roedor que vive por baixo dos desertos da África Ocidental.
A mortalidade nestes ratos, geralmente, segue a lei da mortalidade Gompertz-Makeham, uma equação matemática que descreve o aumento da taxa de mortalidade juntamente com o aumento da idade após atingir a idade adulta.
Nos humanos, o risco quase dobra a cada ano a partir dos 30. Mas para estes roedores enrugados, isto funciona de forma totalmente diferente.
“Para mim, estes são os dados mais excitantes a que já tive acesso“, disse Rochelle Buffenstein da Calico, uma companhia independente de biotecnologia de combate ao envelhecimento e doenças associadas detida pela Google. “Vai contra tudo o que sabemos em termos de biologia de mamíferos”.
Buffenstein tem estudado este tipo de ratos por mais de 30 anos e documentou, cuidadosamente, cada morte de cada um dos ratos que esteve ao seu cuidado.
Depois de estudar os registos de 3229 ratos-toupeira-nus, a investigadora descobriu que o risco de mortalidade permaneceu em cerca de um em cada 10.000 para o resto das vidas dos ratos.
Os ratos-toupeira-nus atingem a maturidade sexual aos seis meses de idade. Com base no seu tamanho, a sua esperança média de vida em laboratório é de seis anos. Mas alguns vivem para além dos 30 anos.
“A nossa pesquisa demonstra que estes ratos não envelhecem da mesma forma que outros mamíferos, e, na verdade, mostram entre poucos a nenhuns sinais de envelhecimento. Além disso, o seu risco de envelhecimento não chega a aumentar 25% passado o seu tempo para a maturidade reprodutiva”, disse Buffenstein.
“Estas descobertas reforçam a nossa crença de que os ratos-toupeira-nus são animais excecionais para estudar de forma a compreendermos melhor os mecanismos biológicos da longevidade”.
Não é sabido, por agora, como é que estes roedores são tão bons “a viver”. Um estudo de 2009 propôs, no entanto, várias causas – proteínas estáveis desdobram-se menos do que em modelos de ratos e têm menos oxidação do que a observada noutros mamíferos.
Será necessária mais pesquisa em animais com mais idade para verificar se a tendência se mantém após os 30 anos.
https://zap.aeiou.pt/os-ratos-toupeira-nus-um-superpoder-igualmente-invejavel-189664
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