Avançar para o conteúdo principal

Londres toma nota de que Portugal não é solidário

Portugal optou por não seguir o exemplo dado pelos países europeus e EUA e não expulsar os diplomatas russos no país. Paulo Rangel, eurodeputado eleito pelo PSD, considera um “erro” e uma “traição aos britânicos”.

O eurodeputado dos sociais-democratas fala numa decisão do Governo ideológica condicionada pelo Bloco e comunistas, acusando Portugal de estar a faltar à solidariedade, violando a tradição diplomática.

As declarações feitas à Renascença surgem na sequência da formalização da decisão do ministério de Augusto Santos Silva de não expulsar os diplomatas russos a residir no país, à imagem do que fizeram vários outros países ocidentais durante esta segunda-feira, naquela que ficou marcada por ser a maior expulsão em massa de diplomatas.

“Portugal é um aliado histórico do Reino Unido, é membro da NATO, tem também uma relação preferencial com os Estados Unidos e noutras situações similares nunca deixou de ser solidário com estes países, portanto penso que este é um sinal negativo”, enfatizou Rangel.

O eurodeputado pegou nas palavras de Santos Silva – que disse ter “tomado boa nota” das decisões dos países europeus – para dizer que também Londres “tomou boa nota de que Portugal não é solidário”. “Aos olhos dos nossos aliados históricos, do ponto de vista da defesa e segurança coletiva, evidentemente que isto não deixará de ser mal visto”.

De acordo com Paulo Rangel, a “culpa” por esta decisão recai acima de tudo sobre o acordo entre o PS e os partidos de extrema-esquerda no Parlamento. “Sendo o governo sustentado por dois partidos que são contra a integração europeia, contra a integração de Portugal na NATO, o Governo está a fazer um jogo ideológico com uma matéria que é fundamental para a geopolítica portuguesa”, acusou.

“Portugal, em termos de segurança internacional, está a falhar nas suas respostas por estar preso a uma coligação com estas características. Já tínhamos visto uma coisa parecida com a política de segurança comum”, relembra Rangel, lamentando que não tenha sido possível uma posição conjunta de toda a União Europeia.

Ao todo, durante o dia de ontem, a União Europeia expulsou mais de 100 diplomatas russos, com os Estados Unidos a anunciar a expulsão de 60. Os diplomatas expulsos têm sete dias para abandonar o território.

A primeira-ministra britânica e o ministro dos Negócios Estrangeiros agradeceram publicamente a onda de solidariedade levantada pelos países ocidentais.

O caso Skripal provocou uma crise diplomática entre a Rússia e os países ocidentais e levou o Reino Unido a expulsar 23 diplomatas russos do território britânico e a congelar as relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

https://zap.aeiou.pt/londres-portugal-nao-solidario-196889

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...