Avançar para o conteúdo principal

Inédito: organismo sintético unicelular cresce e divide-se como uma célula normal


 Investigadores norte-americanos criaram um organismo sintético com uma célula que se comporta como uma célula viva, com capacidade de crescer e se dividir. Avanço permite criar medicamentos para tratamentos inovadores de doenças


Uma equipa de investigadores do J. Craig Venter Institute, do National Institute of Standards and Technology (NIST) e do MIT tirou partido de mais de uma década de trabalho na criação de formas de vida sintéticas e desenvolveu, pela primeira vez, uma célula em laboratório capaz de crescer e se dividir.


Em 2016, o JCVI-syn3.0, com 473 genes apenas, apresentava-se como a célula viva mais simples conhecida. A bactéria E.coli, por exemplo, apresenta mais de 4000 genes. A criação de laboratório, no entanto, era demasiado simples, sem ter a capacidade de se dividir de forma eficiente, com demasiados comportamentos erráticos nessa altura. A equipa desenvolveu então o JCVI-syn3A, com mais 19 genes que o original, incluindo sete que são responsáveis pela divisão celular.


Com este avanço, os investigadores podem tentar perceber melhor como funciona o processo da divisão das células. Em conjunto com outras inovações no segmento de criação de organismos sintéticos e semi-sintéticos, como a primeira membrana sintética (de 2012) ou a adição de ‘letras’ de ADN extra no código genético de um organismo semi-sintético, os cientistas pretendem conseguir desenvolver células sintéticas que desempenhem determinadas tarefas a pedido.


Entre as aplicações práticas desta inovação estão a criação de químicos para comida ou combustível ou mesmo ‘mini-fábricas’ de drogas que dispensam medicamentos dentro do corpo humano para tratamento de doenças, noticia a publicação NewAtlas.


O trabalho desta equipa continua pois, dos sete genes de divisão de células que foram adicionados, os cientistas conhecem a fundo apenas dois deles. Os próximos passos envolvem investigar melhor os restantes cinco.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/ciencia-ei/2021-04-01-inedito-organismo-sintetico-unicelular-cresce-e-divide-se-como-uma-celula-normal/

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di