Avançar para o conteúdo principal

Testes encomendados por Portugal são diferentes dos de Espanha


Os 280 mil testes de diagnósticos que Portugal encomendou baseiam-se na técnica de PCR, que detecta material genético do próprio vírus. Os testes de Espanha detectam anticorpos, substâncias produzidas pelo sistema imunitário em resposta ao vírus.

Ao contrário de Espanha, Portugal não encomendou testes de diagnóstico ao novo coronavírus que procuram anticorpos – substâncias produzidas pelo sistema imunitário em resposta a uma infecção. Os 280 mil testes encomendados por Portugal baseiam-se, antes, na detecção do material genético do próprio vírus. A questão assume relevância, porque Espanha acordou esta manhã com a notícia de que os testes que encomendou a uma empresa chinesa não são muito eficazes e começou a especular-se se Portugal teria encomendado o mesmo tipo de testes e à mesma empresa chinesa. Não, não são do mesmo tipo.

Tal como o PÚBLICO já tinha noticiado esta quinta-feira de manhã, os 280 mil testes encomendados por Portugal detectam o material genético (neste caso, ARN) do próprio vírus, usando a técnica da reacção em cadeia da polimerase (PCR). São, aliás, este tipo de testes que a OMS recomenda para o diagnóstico do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19. Portanto, os testes encomendados pelo país não vão detectar anticorpos produzidos já pelo sistema imunitário no combate à infecção pelo vírus. Os anticorpos só surgem ao fim de uma dezena de dias após a infecção e, por isso, “apenas” dizem que a pessoa esteve em contacto com o vírus, ou seja, tanto pode ainda estar infectada, como pode já nem ter a infecção e ter restado a memória dessa infecção no seu sistema imunitário, conferindo-lhe algum grau de imunidade.

Na última situação, a pessoa já não está doente. Nesta fase de combate à doença, com confinamento social, o que interessa saber de forma muito rápida é se a pessoa está doente e representa um risco para si própria e para os outros. Numa fase posterior, os testes de anticorpos são importantes para avaliar, por exemplo, a imunidade adquirida por cada um de nós individualmente e como grupo.

https://www.publico.pt/2020/03/26/ciencia/noticia/testes-encomendados-portugal-sao-diferentes-espanha-1909583

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...