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Investigadores do Colorado criam cimento vivo


Uma equipa multidisciplinar da Universidade do Colorado, EUA, revla que criou um cimento que está vivo e que se pode reproduzir, recorrendo a cianobactérias

As cianobactérias são um tipo de bactérias que obtêm energia por fotossíntese. Esta foi a base usada por investigadores do Colorado que criaram assim um tipo de cimento vivo e que, ao contrário do cimento tradicional que requer grandes quantidades de gases de estufa para ser produzido, consegue ser mais amigo do ambiente por efetivamente absorver estes gases nocivos.

Will Scrubar, engenheiro de estruturas que liderou o projeto, explica que «parece mesmo um material Frankenstein», aludindo também à cor esverdeada do material, que se vai desvanecendo à medida que seca. A equipa conta também com investigadores que se encarregaram de incorporar um aspeto biológico, em particular um cimento que pode fechar as suas próprias fendas. Este novo material foi criado com base nas bactérias e com a preocupação de as manter vivas durante mais tempo, em vez de se tentar aloja-las em ambiente hostil.

O trabalho foi descrito no jornal Matter e é apresentado no New York Times como sendo um material inovador que «representa uma nova e excitante classe de materiais de construção», disse Andrea Hamilton, especialista de cimento na Universidade de Strathclyde, Escócia.

A equipa começou por colocar as cianobactérias numa mistura de nutrientes, areia e água quente, o que resultou num processo mais lento. Scrubar teve então a ideia de adicionar gelatina como material que pudesse ajudar a consolidar o produto final e acelerar o processo. Numa fase inicial, os investigadores usaram gelatina comercial, que compraram num supermercado, e espantaram-se ao verificar que a substância ajudou efetivamente a acelerar o processo de unificação e ajudou as bactérias a crescer mais fortes, independentemente dos moldes usados.

Os blocos criados atingem o máximo da sua força em alguns dias e podem ser cortados para dar origem depois a novos blocos, até um máximo de três vezes, originando até oito pedaços descendentes. Esta reprodutibilidade ajuda em cenários de construção para onde pode ser difícil levar materiais de construção.

Uma outra vantagem da abordagem é que o cimento vivo pode ser criado a partir de materiais comuns, ao contrário da maior parte dos cimentos, que requerem areia virgem.

A equipa está agora a trabalhar para tornar a utilização mais prática, o cimento mais forte e aumentar a resistência das bactérias à desidratação.

https://visao.sapo.pt/exameinformatica/2020-01-15-investigadores-do-colorado-criam-cimento-vivo/

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