Avançar para o conteúdo principal

Microesferas de silício aumentam eficiência de painéis solares em 8%


Painéis solares arrefecidos por microesferas de silício têm um aumento de 8% na eficiência

Microesferas de silício aumentam em 8% a eficiência de painéis solares

Sabe-se que a eficiência de uma célula solar fotovoltaica é menor com o aumento da temperatura. Sabendo disso, uma equipa de investigadores descobriu um novo material (microesferas de silício) capaz de arrefecer outro, através da emissão de radiação infravermelhos, sem consumir energia ou emitir gases para a atmosfera.

Os investigadores espanhóis, explicam na página oficial da agência SINC que o material pode ser usado em dispositivos em que o aumento de temperatura reduz o seu rendimento, dando como exemplos painéis solares ou mesmo sistemas informáticos.

Com o apoio destas microesferas pode ser eliminado metade do calor acumulado num painel solar durante o dia, o que seria suficiente para aumentar a sua eficiência relativa em cerca de 8%!

Membros do Grupo de Nanoestruturas Fonónicas e Fotónicas do Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia (ICN2), descreveram-no como “um novo material bidimensional capaz de eliminar o calor, arrefecendo a superfície em que é colocado sem nenhum consumo de energia ou emissão de gases de qualquer tipo”.


Microesferas de Silício

O SINC diz que “o material foi inspirado no eficiente mecanismo de regulação da temperatura terrestre, chamado arrefecimento radioativo, em que sendo a Terra aquecida pelo Sol, também emite radiação infravermelha para o espaço exterior, e este tipo de radicação não é capturado pela atmosfera”.

O SINC continua a descrever o projeto usando como exemplo os grãos de areia dos desertos, que são os principais responsáveis por este fenómeno, que mantém estável a temperatura média do nosso planeta sempre e quando não é considerada a ação humana.

Pois bem, o material proposto usa esse mesmo princípio. Os investigadores demonstraram que é possível cerca de 14ºC uma célula de silício que está exposta à luz do Sol, sendo que um vidro comum apenas se consegue reduzir a temperatura uns 5ºC.

Matriz de esferas que se montam sozinhas
O material é formado por uma matriz de esferas de silício de 8 µm de diâmetro que se montam sozinhas, como grãos de areia, mas um milhão de vezes mais pequenos em volume. Esta camada comporta-se praticamente como um emissor ideal de infravermelhos, proporcionando uma potência de arrefecimento radioativo até 350 W/m2 para uma superfície quente, por exemplo um painel solar.

Segundo o SINC, colocando “os dados em prática, significa que se pode eliminar metade do calor acumulado num painel solar num dia de sol normal, o que será suficiente para melhorar a eficiência relativa da célula solar em 8%”.

Analisados os dados de produção mundial de energia solar no ano de 2017, este aumento de eficiência representa energia suficiente para alimentar uma cidade como Paris durante um ano.

Os investigadores também revelaram que o potencial de arrefecimento radioativo dos cristais que se montam sozinhos, apenas necessita de uma camada de microesferas para atingir esse rendimento ótimo.

O novo material é seis vezes mais fino que os materiais de arrefecimento radioativo atuais e evita o uso de mais plásticos.

https://www.portal-energia.com/microesferas-silicio-aumentam-eficiencia-paineis-solares-20200113/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Alterações à lei laboral: um guia com as principais mudanças em causa

Contestação à reforma da lei do trabalho levou à convocação de greve geral para quinta-feira, dia 11 de dezembro. Luís Montenegro, primeiro-ministro, e Rosário Palma Ramalho, ministra do Trabalho   Getty images O Governo de Montenegro quer avançar com uma reforma "profunda" da  legislação laboral  que tem dado muito que falar. Trata-se de mais de 100 alterações ao Código do Trabalho, que incluem contratos, gestão do tempo de trabalho, parentalidade e despedimentos. A proposta de alteração à  lei do trabalho  tem sido tão contestada pelas centrais sindicais que levou mesmo à marcação de uma greve geral para esta quinta-feira, dia 11 de dezembro, a primeira paralisação conjunta desde 2013. Explicamos tudo o que pode mudar na lei laboral já a partir de 2026. A proposta designada "Trabalho XXI" foi  apresentada  pelo Governo enquanto uma revisão "profunda" da legislação laboral por contemplar mudanças em "mais de uma centena" de artigos do  Código de...

Defender a escola pública

 1. Escrevo sobre o conflito que envolve os professores preocupada, em primeiro lugar, com o efeito que este está a ter na degradação da escola pública, na imagem e na confiança dos pais no sistema educativo, nos danos que estão a ser causados a milhares de alunos cujas famílias não têm condições para lhes proporcionar explicações ou frequência de colégios privados. Parece-me importante que, nas negociações entre Governo e sindicatos, esta dimensão do problema seja equacionada. Escrevo, em segundo lugar, porque espero poder dar um contributo para a compreensão e boa resolução do conflito, apesar de todo o ruído e falta de capacidade para ouvir. 2. Nos anos pré-pandemia, eram muitos os sinais das dificuldades das escolas em prestar um serviço de qualidade. A existência de milhares de alunos sem professor, em várias disciplinas e em vários pontos do país, gerou um clamor sobre a falta de docentes e a fraca atratividade da carreira. Porém, o problema da falta de professores nas escola...