A WeChat, detida pela Tencent, tem vindo a boquear palavras-chave relacionadas com o novo surto do coronavírus
Ogrupo de investigação Citizen Lab descobriu que a WeChat e a YY têm vindo a censurar conteúdos que mencionem termos relacionados com o novo coronavírus, desde 1 de janeiro. O WeChat é a popular plataforma de mensagens instantâneas detida pela Tencent. O teste deste grupo, baseado no Canadá, consistiu no envio de mensagens que constistiam de cabeçalhos de notícias e artigos completos sobre o Covid-19. Para o exercício foram enviados conteúdos a partir de contas WeChat do Canadá para perfis WeChat na China e a conclusão é reveladora: 132 combinações de palavras-chave censuradas em janeiro e o número aumenta para 516 combinações na segunda semana de fevereiro.
Também a plataforma de streaming de vídeo YY, bastante popular na China, viu um aumento no número de termos a censurar, noticia o The Verge. O YY é um serviço semelhante ao Twitch ou ao Mixer e permite consultar a ‘lista negra’ diretamente no site.
No caso do WeChat, que conta com mais de mil milhões de utilizadores mensais ativos, os termos censurados incluiam informação factual sobre a doença ou o nome de Li Wenliang, um dos primeiros médicos a alertar para a doença e que acabou por falecer infetado a 7 de fevereiro.
Não há qualquer indicação sobre o que levou as duas empresas a fazer esta censura, embora não seja de excluir a hipótese de ter havido interferência governamental na decisão.
Ao sonegar acesso a informação factual e correta aos cidadãos, como aos melhores procedimentos para evitar contágios, esta plataforma pode ter ajudado indiretamente à expansão do novo surto.
https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/mercados/2020-03-04-plataforma-de-mensagens-chinesa-tem-vindo-a-censurar-termos-relacionados-com-o-coronavirus/
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