Avançar para o conteúdo principal

Empreender em Portugal? Só por masoquismo.


Se o seu negócio não aguentar e morrer a seguir pouco lhes importará. Depois se ficarem com a riqueza que criou, vão obrigá-lo a tornar-se dependente do Estado para que assim se torne mais controlável

É pró-activo? Tem uma boa ideia e vontade de criar negócio próprio? Então prepare-se para sofrer todos os dias 24h sobre 24h para aguentar sua empresa. É isso mesmo. Ser empreendedor em Portugal não é para fracos. Além de capacidade física para superar tudo o que lhe espera, gosto desmesurado pelo sofrimento, terá ainda de preparar os bolsos para os assaltos fiscais. É que por terras lusas só quem for masoquista, aguenta.

O sofrimento começa logo na constituição do seu negócio. Vão-lhe exigir tudo e mais alguma coisa. Papeis, papeis e mais papeis, burocracias aqui, mais burocracia ali. Se a sua ideia por exemplo for a criação de um espaço para criar animais ou abrir um talho ou indústria, saiba que as instalações que lhe vão exigir serão mais controladas que o Hospital Francisco Xavier. Ah! pois… Ou pensa que é só chegar e construir com qualidade um espaço? Naaaa… Isso é que era bom. Vai ter um sem fim de pareceres e vistorias de várias entidades pelas quais terá de esperar, esperar, esperar… Com alguma sorte, ao fim de um ano terá o alvará na mão. Repito: com alguma sorte.

Depois, começa a batalha das contratações de pessoal. Se pedir ao Centro de Emprego, é garantido que lhe vão enviar muita gente. Mas prepare-se. Porque só por milagre conseguirá toda a mão de obra que necessita e de qualidade. Porque a maioria, com subsídio de desemprego, não vão querer prescindir da sua prestação social para o aturar todos os dias das 8h às 18h. Só com a despesa que lhe vai dar de transporte, vão-lhe fazer um manguito alegando que o salário inicial que lhe quer dar, não compensa(em comparação com o subsídio). Claro que lhe vai dizer que esse salário poderá vir a aumentar consoante o desempenho demonstrado. Mas isso de pouco lhe servirá porque essa malta, habituada a ter tudo pelo Estado sem fazer nada, só aceitará com proposta que garante “salário alto, muitas regalias e poucas obrigações”.

Se conseguiu sobreviver a estas duas etapas sem desistir pelo meio, então já é um grande resiliente e está pronto para enfrentar o próximo GRANDE desafio: o assalto fiscal. Pois é. Por ser empresário será o alvo preferencial de toda a classe política que o vai ver como presa fundamental para alimentar a gula do Estado. E acredite que são mesmo famintos. Se o governo que estiver no poder for social democrata vai ser comido aos bocadinhos que é para não aleijar muito e poder continuar a alimentá-los. Com impostos indirectos e directos, vão-lhe roubar mais de metade do seu rendimento mas vão fingir com pequenos apoios que o ajudam a manter-se de portas abertas e prolongar a sua morte lenta. Mas se for socialista/comunista prepare-se para ser devorado com uma dentada só. É que estes últimos detestam a sua classe e só vão sossegar quando conseguiram sugar-lhe tudo quanto tem. Atrás do aumento de um imposto virão mais outros tantos criados no momento para ir buscar mais e mais dinheiro a quem o tem acumulado. Porque poupar é pecado capital. Se o seu negócio não aguentar e morrer a seguir, pouco lhes importará. Depois se ficarem com a riqueza que criou, vão obrigá-lo a tornar-se dependente do Estado para que assim se torne mais controlável e não venha a ter mais poder que eles no governo, entendeu?

Vá… mas não desanime. Ser empreendedor em Portugal é um grande desafio de uma vida. Daquelas experiências inesquecíveis do tipo escalada ao Evereste que põe à prova os limites do ser humano. Só os muito resistentes lá chegam mas quando chegam tem um sabor a vitória que em nenhuma parte do Mundo é igual.

https://observador.pt/opiniao/empreender-em-portugal-so-por-masoquismo/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...